Com objetivo de implementar a política de oncologia do Pará, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) assinou nesta terça-feira (25) convênio com a Fundação do Câncer. A iniciativa está entre as ações para a ativação da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) do Hospital Universitário João de Barros Barreto.
A Unacon faz parte do projeto Expande, do Instituto Nacional de Câncer (Inca), elaborado em 2004 e que visa parcerias para a criação de centros especializados e de alta complexidade em oncologia, assegurando infraestrutura hospitalar especializada e capacitação profissional de forma a garantir a assistência integral ao paciente. O trabalho é em conjunto com o Ministério da Saúde, Sespa, Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma), Universidade Federal do Pará (UFPA) e Hospital Barros Barreto.
Totalmente concluído e equipado, o novo centro funcionará anexo ao hospital e vai oferecer tratamento de quimioterapia, radioterapia e braquiterapia, além de desenvolver atividades de ensino pesquisa e expansão nos níveis de graduação e pós-graduação (latu sensu e strictu sensu). O espaço tem ainda um acelerador linear, uma das melhores opções técnicas destinadas à prática de radioterapia do mundo.
Segundo o secretário de Estado de Saúde Pública, Hélio Franco, este será um passo muito importante, pois o centro vai diminuir a demanda de pessoas que esperam por tratamento oncológico no Estado. “Com o funcionamento da Unacon vamos intensificar a assistência à população e ainda possibilitar que o Estado gere profissionais de alta competência na área da oncologia”, afirma.
Até o fim do ano, o novo centro já estará recebendo os profissionais para iniciar o atendimento da Unacon. “Já temos uma proposta para resolver a questão de recursos humanos, e, até o fim de novembro, vamos garantir o uso da unidade para atender a demanda no câncer no Pará”, observa o secretário.
Além da Unacon, a Fundação do Câncer também atuará na consultoria de ações e projetos voltados para o tratamento oncológico em todo Estado, entre eles o Hospital Ofir Loyola e Unacon de Santarém e Tucuruí. Criada em 1991, a Fundação do Câncer auxilia nas atividades de combate à doença, trabalhando na captação de recursos e gestão de projetos em áreas de pesquisa, ensino e desenvolvimento institucional, científico e tecnológico.
A Fundação é a principal parceira do Inca no suporte a pesquisa, assistência e ações de controle da doença. Dentre as áreas de suporte da Fundação do Câncer prestadas ao instituto destacam-se a médico-hospitalar, educação, pesquisa, prevenção e vigilância, e desenvolvimento institucional e humano.
Para o superintendente da Fundação do Câncer, Jorge Alexandre Cruz, o convênio representa um avanço para o crescimento da política de tratamento oncológico do Estado. “Vamos assessorar na revisão de projetos e sugestões de ações que visam garantir o acesso aos serviços de tratamento oncológico do Pará”, conclui.
Edna Sidou – Sespa
Sespa combate a subnotificação
dos casos de Chagas
A ocorrência da doença de Chagas no Estado já contabiliza 85 casos e 10 mortes só em 2011. Até ao final deste ano, esse número deve aumentar, segundo as estimativas do Programa de Controle da Doença de Chagas da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Em 2009, a doença teve seu auge no Pará, com 240 casos. No ano passado, esse quantitativo chegou a 78.
Segundo a coordenadora do Programa, Elenild Góes, o aumento de casos ocorrerá devido às capacitações realizadas pela Sespa que tem atualizado profissionais de saúde dos hospitais Gaspar Viana e Barros Barreto para o atendimento de pacientes com a doença de Chagas. "Só este ano realizamos duas rodadas de treinamento para servidores do Barros Barreto que atuam no ambulatório destinado ao tratamento da doença. A transmissão oral é algo que sempre aconteceu, mas há uma subnotificação, decorrente da desinformação. Como esses profissionais têm sido mais esclarecidos sobre o tema, a tendência é que esse número de casos aumente", explica Elenild.
As capacitações mantidas pela Sespa fazem parte dos itens do Plano Estadual de Combate à Doença, lançado pela Secretaria há três anos. Desde então, tem sido possível também estabelecer protocolos de pesquisa de campo, fluxos de amostras de laboratório e informações, rede de referência e contra-referência e metodologias de investigação de surtos, além de capacitações para batedores de açaí para a melhor manipulação do produto.
A intenção do Plano é ampliar, ainda, o leque de capacitações para profissionais de saúde dos hospitais regionais de Breves e de Altamira; instituir o Sisreg Estadual para a doença de Chagas; auxiliar na implantação de postos de coleta de sangue em pontos estratégicos de Belém e estreitar as relações com o Ministério Público e Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri) na discussão de soluções para conter o avanço da doença. Ela acrescenta ainda que a Sespa reconhece que Belém, ao registrar 36 dos 85 casos no Pará, passa por um surto de Chagas. "Protocolo da Organização Mundial de Saúde (OMS) indica isso ao afirmar que, quando se tem dois casos no mesmo lugar e mesmo período, há oficialmente um surto", afirma Elenild.
Independente de época e de reconhecimentos de surtos, o cerco ao barbeiro tem sido feito continuamente pela Sespa através de uma parceria com as vigilâncias epidemiológicas e sanitárias dos municípios, com a intenção de manter o controle do número de casos, combater a subnotificação e evitar que pacientes da doença sejam tratados antes de evoluírem para a fase crônica. A contaminação pela doença de Chagas pode acontecer por via oral - quando os alimentos não são higienizados corretamente e podem estar contaminados com as fezes do barbeiro (que causa a doença) ou partes do inseto - ou através da picada do barbeiro. Após o diagnóstico da doença, através de exame de sangue, o tratamento deve começar imediatamente.
Atualmente, 115 pacientes chagásicos estão sendo acompanhados desde 2009 pelo Programa Interdisciplinar de Doença de Chagas (PIDC) do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna. Outros 25 são monitorados pelo PIDC do Hospital Universitário Barros Barreto. De acordo com Dilma Souza, cardiologista coordenadora dos dois programas, é preciso que os profissionais de saúde das unidades de saúde estejam em alerta para os sintomas da doença, no intuito de evitar que pacientes cheguem aos dois ambulatórios de Chagas em estado grave.
Dilma reforça que o paciente, com a doença já instalada, deve seguir à risca um tratamento que envolve medicacação via oral entre 60 e 90 dias com acompanhamento de um cardiologista. "Isso é essencial porque, em grande parte, a morte acontece devido à miocardite, uma inflamação do coração. Além disso, quem é chagásico é obrigado a fazer raio-x e eletrocardiograma".
O tratamento realizado nos dois hospitais é interdiscliplinar porque envolve também um acompanhamento psicológico ao paciente que, segundo Dilma, em muitos casos renega a doença por conta do estigma provocado. "A sobrevivência é possível, mas é primordial a adesão do paciente durante 5 anos. Ainda assim é ideal que a pessoa que tenha tido a doença vá ao cardiologista anualmente para verificar se o coração está em ordem”. A coordenadora de Entomologia da Sespa, Paola Vieira, afirma que prosseguem, ainda, as investigações da Sespa com relação aos três tipos diferentes do inseto conhecido como barbeiro encontrado nos bairros de Val-de-Cães, Jurunas e Souza, em Belém.
Tanto Paola, como Elenild e Dilma fazem um apelo à população para se certificar de que todas as normas de higiene estejam cumpridas pelo estabelecimento, de acordo com os protocolos das vigilâncias sanitárias municipais. “É preciso cuidado na hora de comprar os alimentos. Quanto ao açaí, não é verdade que congelar o produto seja capaz de matar o Trypanossoma cruzi, protozoário transmissor da doença. Testes feitos pela Universidade de Campinas (Unicamp) comprovam que o parasita consegue sobreviver mesmo sob condições de baixas temperaturas como de um congelador”, alerta Elenild.
Mozart Lira – Sespa
Hemopa estimula doação
entre os servidores públicos
No Dia do Servidor (28 de outubro), a Fundação Hemopa homenageará o funcionalismo público estadual com uma campanha de incentivo à doação de sangue e cadastramento de doadores de medula óssea, com distribuição de camisetas e lanche especial. A programação acontece de 7h30 às 18h e tem como objetivo estimular o ato solidário da doação. A meta será de 200 coletas.
A campanha é uma estratégia para reforço do estoque de sangue do hemocentro, que desde o início deste mês vem sofrendo queda provocada pelos sucessivos feriados e suspensão temporária das campanhas externas com as unidades móveis, que estão passando por revisão técnica. O problema é que a demanda hospitalar, ao contrário da coleta, não para de crescer.
Quem pode doar: candidatos com boa saúde; peso acima de 50 kg; idade entre 18 anos completos e 67 anos, 11 meses e 29 dias. Poderão ser aceitos candidatos à doação com idade entre 16 e 17 anos, desde que haja consentimento formal do responsável legal.
É necessária a apresentação de documento de identidade original e com foto. Não precisa estar em jejum, ao contrário, recomenda-se estar bem alimentado. Com a doação são realizados exames para diversas doenças, entre elas Aids, Sífilis, Doença de Chagas, Hepatites, HTLV I e II, além de tipagem sangüínea. O homem pode doar a cada dois meses e a mulher a cada três.
Quem pode fazer cadastro de doação de medula óssea: Homem ou mulher saudáveis na faixa etária de 18 a 55 anos. Necessário portar documento de identidade original e com foto.
Serviço: O Hemopa espera por você na Tv. Pe. Eutíquio, 2109. Funcionamento para coleta: de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 18h, e aos sábados, das 7h30 às 12h30. Mais informações pelo fone 0800 280 8118.
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