A cidade às escuras e é claro, o medo da população que apesar de possuir policiamento, mas é insuficiente para atender as necessidades |
Por incrível que pareça: assim estava o posto da Polícia Militar: às escuras e a luz que aparece é de uma vela acessa. Até a polícia precisa de proteção e acima de tudo: reforço |
Distante de Belém, 60
quilômetros, ligado pela Alça Viária e por balsa, o município de Igarapé-Miri
parece que parou no tempo. Há anos que não se vê progresso naquela cidade. O
desemprego é grande, e a única fonte de renda dos que ali trabalham, vem
diretamente da Prefeitura. O emprego na agricultura é escasso, apesar da terra
ser bastante rica. Apenas o cacau e o açaí consta como os que dão emprego a
alguns moradores que já deu grandes empresários, dentre os quais, donos de
redes de supermercados em Belém e outros empresários, que também preferiram
investir em Belém, assim como grandes profissionais como advogados e médicos,
em destaque a Família Sinimbú.
O que o CORREIO JURUNENSE presenciou
no sábado, dia 21 de janeiro, quando lá esteve para fazer reportagens em uma
plantação cacaueira, foram cenas tristes e de realmente sentir medo. Com a
falta de luz e água, registrado naquele dia, desde as primeiras rodas da tarde,
o comércio se viu obrigado a fechar as portas por volta das 17 horas, para
fugir dos assaltos e arrastões, como revelou um empresário local que não quis
se identificar: “Quando falta luz, o que é comum na cidade, os bandidos em suas
maiorias menores, atacam como carapanãs”.
A reportagem esteve justamente
neste horário, entre 17 e 19 horas no centro da cidade, e notou o medo no
semblante dos moradores e empresários. As pessoas suspeitas circulando em
grupos e em bicicletas e parados nos cantos das pequenas ruas cidade, como se
estudando a sua pressa para o ataque. Ao saltar-mos do carro para fazer uma
compra num estabelecimento comercial local, alguns suspeitos passaram olhando
diretamente em nossos rostos e tivemos que seguir para dentro do
estabelecimento comercial, utilizando como luz, os celulares de cada um e
rapidamente trancar as portas inclusive com grades.
O empresários revelou que é comum
a perda de alimentos não perecíveis com a constante falta de luz na cidade ao
mesmo tempo em que revelava também que neste horário, em virtude até mesmo da
Festividade de São Sebastião que estava acontecendo na Vila de Maiuatá, os
policiais poderiam estar para ali, para dar apoio, deixando desguarnecida a
cidade.
Saímos do estabelecimento
comercial já com a cidade quase que completamente as escuras e o medo estampado
nos poucos rostos que conseguíamos focar com a luz do carro e as pressas de
cada um em querer chegar em suas casas. Alguns clarões que existiam, eram por
causa de algumas residências que possuíam motor próprio. Rumamos em direção à
fazenda onde estávamos hospedados e ali, também completamente às escuras. No
meio do caminho, paramos em frente ao posto da Polícia Militar e deparamos com
dois soldados, que nem água tinham pra beber, e é claro, também desguarnecidos
e correndo risco de vidas. Dois soldados chegaram em seguida para ver o que
estava acontecendo e se aproximaram do carro e nas trocas de idéias e opiniões
pelo que estava acontecendo na cidade. Oito policiais divididos em turnos é
muito pouco para o montante de opiniões que alertam para o que vem ocorrendo na
cidade de Igarapé-Miri: muitos assaltos nas ruas, assaltos com detenção em
cárcere privado de suas vítimas e o mundo da droga imperando na cidade.
O proprietário de um posto de
gasolina na entrada da cidade, conhecido como Pé de Boto, filho da terra,
lembra que o gestor da cidade, embora já esteja com o seu mandato chegando ao
final, ainda não disse que veio fazer, pois o desemprego ainda persiste na
cidade e com isso o aumento da violência. Ele aponta como uma das causas de dar
o que fazer à população, como ganhar dinheiro, poderia ter sido amenizado se
fosse aceito a implantação da exploração do dendê com projetos a níveis
federais. Ele que vem sendo solicitado pela população a intervir no caso, deixa
um recado à população que somente nas urnas nas próximas eleições essa história
poderá mudar de rumo, mas um rumo, pra melhor.
Uma pena que isso venha
acontecendo numa cidade que tinha tudo para estar no topo de grandes
investimentos e emprego com exploração da riqueza que flui da terra. A falta de
escolas profissionalizantes, para ensinar a população um ofício seria uma
solução para as pessoas que precisam trabalhar e sustentar suas famílias. Uma
guarda municipal (lembra Pé de Boto), seria um dos fatores a vir sufocar e
prensar na parede a marginalidade, já que a guarda daria apoio à Polícia Civil
e Polícia Militar.
É bom que a sua população que
sofre na pele esse dilema, mais que eu, que lá estive e em menos de 24 horas
sentir a gravidade do problema, se prepare para saber escolher seu governante
nas próximas eleições, se possível, isso acontecesse antes dos votos. Mas como
assim? Vocês poderiam estar me indagando. Respondo: cobrando do prefeito da
cidade, ações imediatas.
Um comentário:
Sou funcionário público do quadro efetivo, e portanto não dependo de político. Gostaria que vocês comparassem o atual governo de Igarapé-Miri com o anterior e tirem as próprias conclusões, se é que estão interessados com a verdade.
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