Para levar informações sobre tuberculose e identificar possíveis novos casos da doença, o Comitê Metropolitano de Controle da Tuberculose lançou, neste domingo, 19, na Praça da República, a Campanha Alusiva ao Dia Mundial da Luta Contra a Tuberculose, que acontece quinta-feira, 24. Profissionais de saúde se posicionaram em frente ao Teatro da Paz para entrega de material informativo da campanha, cujo tema deste ano é "Tuberculose: conhecer para controlar".
Nele, está explícita a importância da busca ativa dos casos suspeitos, isto é, de pessoas que estão com tosse há mais de três semanas. Houve também distribuição de preservativos, visto que entre os principais fatores de risco para contrair e desenvolver a doença está o vírus da aids, que multiplica por 20 a probabilidade de se ter tuberculose.
A tônica da campanha é mobilizar a sociedade, visto que o Pará é o terceiro Estado brasileiro com maior taxa de incidência da doença - 47,8 casos por 100 mil habitantes. Em 2010, foram notificadas 3.309 ocorrências.
A prioridade da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), um dos órgãos que integram o Comitê Metropolitano, é descobrir os casos e tratá-los corretamente, eliminando as fontes de infecção e quebrando a cadeia de transmissão. "O Estado hoje descobre cerca de 70% dos casos programados para cada ano, segundo o que preconiza o Programa Nacional, e os esforços despendidos têm sido voltados para o alcance das metas de cura de no mínimo 85% e abandono a menos de 5%", ressalta Sônia Obadia, coordenadora estadual do Programa de Combate à Tuberculose.
Segundo ela, o Pará vem mantendo, ao longo dos últimos anos, uma média de cura de 73% e abandono de tratamento em torno de 10%. "Por conta disso, nossa coordenação vem, juntamente com as coordenações municipais e com os membros do Comitê Metropolitano, empreendendo esforços para que possamos melhorar esses indicadores", explica.
Ao distribuir pessoalmente informativos na praça da República, o secretário de Estado de Saúde Pública, Hélio Franco, conversava com ambulantes e visitantes sobre o estigma que implica na não adesão dos pacientes ao tratamento. "É uma data para mobilização, seja mundial, nacional, estadual e local, buscando envolver todas as esferas de governo e setores da sociedade na luta conta esta enfermidade. É uma data fundamental para a intensificação das ações de controle da doença no Estado", disse.
Todas essas orientações voltam a ganhar reforço nesta quarta-feira, 23, quando será inaugurado setor de Referência Estadual do Programa de Controle da Tuberculose, que funcionará no hospital universitário João de Barros Barreto.
Já o dia 24 de março, em Belém, acontece o Seminário de Lançamento da Campanha Estadual, a partir das 8h30, no auditório da Delegacia Geral da Polícia Civil, em que o palestrante Fernando Fiúza de Melo falará sobre "Tendências e riscos do programa de controle da tuberculose: como identificá-los".
Assim como a campanha deste ano, as ações contra a doença no Estado vêm sendo beneficiadas com subsídios do Fundo Global (FG), instância internacional que apóia ações de controle de doenças como a Aids, malária e tuberculose. No Brasil foram contemplados com os investimentos do FG 57 municípios em 10 regiões metropolitanas, que concentram as maiores cargas da doença.
Conforme explica o coordenador estadual do Comitê Metropolitano, Antonio Ernandes Costa, Ananindeua e Belém são dois municípios do Pará que recebem, desde 2007, incentivos como capacitações, equipamentos e insumos, que alicerçam novos pilares de apoio às ações dos programa municipais de controle da tuberculose.
Neste ínterim foram criados Comitês Metropolitanos, que são instâncias colegiadas com a participação da sociedade civil, instituições governamentais para discussão de aspectos relativos ao planejamento e monitoramento e avaliação das atividades do Projeto Fundo Global. "Os comitês não têm estrutura própria de funcionamento - sede ou funcionários - e não se constituem como pessoa jurídica, contudo seus membros reúnem-se regularmente para avaliar o impacto das ações desenvolvidas no controle da tuberculose e identificar necessidades de acordo com a realidade local", explica Ernandes. Atualmente existem 10 comitês em funcionamento no país.
Mozart Lira - Ascom/Sespa
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