A presença da secretária de Audiovisual do Ministério da Cultura, Ana Paula Santana, já dava um indicativo de que o evento produziria bons resultados. O 1º Encontro Diálogos Brasil Audiovisual no Norte do Brasil, realizado no auditório do Instituto de Artes do Pará (IAP) no último final de semana, reuniu vários segmentos que atuam na produção audiovisual do Pará - como tem feito em todos os estados por onde passa - a fim de ampliar o diálogo e discutir políticas públicas para fomento dessa produção, colhendo contribuições para o aprimoramento destas políticas, bem como para a formulação conjunta de outros mecanismos. O evento é uma ação da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura (SAV/Minc).
A mesa de debate foi composta pelo presidente do IAP, Heitor Pinheiro, que falou da satisfação em sediar o "Diálogos Brasil" e ressaltou que ações como essas devem ser fortalecidas e replicadas. Na ocasião, informou que o IAP está em vias de instalar um Núcleo de Produção Digital no município de Santarém, abrindo novas perspectivas de investimentos para os profissionais daquela região. Também fizeram parte da mesa Nelson Cruz, da Regional Norte do MinC, e Dani Franco, presidente da ABDEC-PARÁ (Associação Brasileira de Documentaristas e Curta-metragistas do Pará).
Belém foi a primeira cidade no Norte do País a ser visitada pela secretária de Audiovisual do MinC, Ana Paula Santana. Em conversa informal com os participantes do encontro, ela fez questão de ressaltar que avê no diálogo o melhor caminho para a formação de uma identidade nacional. "Não venho com idéias prontas. Venho conhecer as demandas para construir políticas públicas. A rotina do nosso trabalho permite identificar os principais problemas do setor. As falhas na capacitação de mão de obra e na infraestrutura são alguna fatores que aumentam o chamado custo amazônico", comentou.
Para minimizar esses custos, segundo ela, a melhor solução é a sustentabilidade. É mostrar as responsabilidades dos poderes públicos e privados. "Sustentabilidade para um setor como o da arte é mostrar mais identidade para os formadores de opinião, é mostrar que a economia da cultura tem respostas sociais, culturais e econômicas e mapear as boas práticas para incentivar o empreendedorismo e novas formas de geração de renda", argumentou.
A produção do Audiovisual é a que mais agrega valor por envolver uma diversidade criativa, contemplando dança, música, fotografia, etc. Por ser tratar de um ano de contingências, diz a secretária, o momento é de parar para refletir sobre o setor. "Pensar no pequeno e no grande, mensurar o custo da geração de renda e como este custo impacta positivamente a economia".
Alicerçados por incentivos fiscais, foram apresentados 7.928 projetos culturais em todo o Brasil. No Norte foram 84 projetos e no Pará, 48, os contemplados. Para Ana Paula, isto mostra o grande mercado produtivo que precisa ser explorado. "A responsabilidade cultural precisa despertar o interesse do empresariado. Por isso precisamos nos organizar, para desenvolver".
Ana Paula ressaltou que as parcerias entre o IAP, UFPA e Sebrae são necessárias e urgentes para se pensar novos formatos de produção, o que obrigatoriamente passa pela profissionalização do setor. "Os incentivos existem, precisamos saber captá-los com inteligência e organização. A palavra-chave para o crescimento é inovação. É preciso ter uma visão inovadora e buscar a produção cultural que gera lucro, que desperta o interesse de todas as gerações para as diversas manifestações de cultura".
E finalizou suas considerações defendendo a capacitação desses realizadores. "Não adianta ficar descobrindo novos talentos sem que haja um fluido, uma continuidade na ação dos novos talentos, que depois de descobertos não são potencializados. É importante atentar para isso”.
Jefferson Medeiros - Ascom/IAP
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