Muita gente pensa que sair de casa dirigindo um carro é uma ótima opção quando se tem pressa, mas a realidade na capital paraense está mudando. Os motoristas que trafegaram essa semana pelas principais vias de Belém reclamam do congestionamento, falta de educação de alguns condutores e da falta de agentes de trânsito.
A condutora Sônia Costa reclama da falta de fiscalização e organização no trânsito da capital. 'Eu moro na Doca de Souza Franco e trabalho na Avenida Nazaré. Antes eu tirava dez minutos para chegar no trabalho, agora levo 40 minutos. O trânsito é caótico principalmente na José Malcher e na Wandekolk', afirma.
Um levantamento feito pela CTBel (Companhia de Transportes de Belém) apontou que o índice de veículos guinchados chega a 120 por dia. As imprudências mais comuns são carros estacionados sobre as calçadas e formação de filas duplas.
De acordo com a superintendente da CTBel, Ellen Margareth, a companhia tem projetos para tentar melhorar o trânsito. 'Esse é um problema que envolve todos, condutor, ciclista, motociclistas, pedestre e o poder público. Um dos principais problemas que temos são os cruzamentos. Os condutores fecham uma rua e acabam por prejudicar a outra', explica.
Para a usuária do transporte coletivo Karla Santos, a situação é ainda mais complicada. 'Não só a quantidade de carro e a falta de fiscalização prejudicam o trânsito. A fila dupla em frente aos colégios de Belém prejudica bastante, principalmente nos horários considerados de 'pico', isso interfere no trafego', afirma.
Uma das alternativas da CTBel é a retirada de estacionamentos do lado direito das vias, além de criar alternativas de trafego. 'Nós temos um projeto para transformar a Avenida Pedro Álvares Cabral em sentido único. A previsão é para que o projeto seja concluído em julho deste ano', ressalta Ellen Margareth.
Frota - De acordo com um estudo realizado pelo Detran (Departamento de Trânsito do Estado do Pará), o Estado já tem mais de 1 milhão de veículos. Somente na região metropolitana de Belém são 390.931 veículos - o que representa 39% da frota.
O município com o maior quantitativo é Belém, com 299.037 veículos; seguido de Ananindeua, com 73.521 veículos. Os dados mostram, ainda, entre os municípios que formam a RMB, o registro de 11.744 veículos em Marituba, 5.481 em Benevides e 1.148 em Santa Bárbara.
O coordenador de planejamento do Detran, Carlos Valente, que é especialista em Psicologia do Trânsito, informa que as projeções vão além: até o final deste ano, o Pará terá 1 milhão e 115 mil veículos registrados rodando pelas ruas do Estado. Belém terá uma frota de 325 mil e a RMB 430 mil veículos. 'É um número excessivo de veículos. O Detran, no sentido de alertar a sociedade e em especial os órgãos de trânsito, vem atualizando o seu estudo da frota para que se viabilizem soluções a esta situação', afirma.
O especialista analisa que atualmente existe um veículo para cada quatro habitantes no Estado, ou seja, um quarto da população possui veículo automotor. 'A facilidade com que se adquire veículos – que podem ser facilmente financiandos, por exemplo - é um dos fatores que mais contribui para esse aumento'.
Redação Portal ORM
Obs: Matéria e Fotos: Nota 10
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