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quarta-feira, junho 08, 2011

Que venha Belo Monte

- Nicias Ribeiro- Engenheiro eletrônico- nicias@uol.com.br
Na semana retrasada escrevi um artigo intitulado “Belo Monte e o sonho”, retratando a luta em prol da construção dessa hidrelétrica, que será a maior hidrelétrica genuinamente brasileira e a terceira maior do mundo, sendo superada, apenas, pela Três Gargantas na China e pela binacional Itaipu, na fronteira do Brasil com o Paraguai. Aliás, no referido artigo, lembro dos primeiros estudos realizados pelo chamado “projeto Radan” à época dos governos militares, ainda, no início da década de setenta, passando por todos os governos até o atual, quando, no dia 01 de junho de 2011, foi finalmente concedida a “licença de instalação” que, na prática, significa o início efetivo das obras de construção dessa hidrelétrica que, seguramente, foi a mais estudada e a mais discutida de todas já construídas no mundo. E talvez por isso Belo Monte seja diferente das demais, não só porque o seu projeto é diferenciado, mas porque é a única que possui um plano de desenvolvimento regional, que prevê ações de mitigação dos impactos econômicos e sociais que a obra irá causar não só em Altamira e Vitória do Xingu, municípios onde efetivamente será implantada, mas, também, nos municípios do seu entorno, como Senador José Porfírio e Porto de Moz no baixo Xingu; além de Anapu, Pacajá, Brasil Novo, Medicilândia, Uruará e Placas, na Transamazônica.
Registre-se, ainda, que esse plano de desenvolvimento regional começou a ser elaborado no final do século passado, pelos técnicos da Eletronorte e do governo do Estado, com o nome de “Plano de Inserção Regional de Belo Monte” e que, com o passar dos tempos, evoluiu até o atual “Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável do Xingu” (PDRS-Xingu), criado através do Decreto Presidencial nº 7.340, de 21 de outubro de 2010, que instituiu um Comitê Gestor com representantes do governo federal, do governo do Estado do Pará, dos municípios do entorno e da sociedade civil organizada. E assim, após a formalização da constituição do referido Comitê Gestor pela portaria nº 1.003, de 18 de maio de 2011, do Ministro Chefe da Casa Civil da Presidência da República, o mesmo foi instala do em solenidade que ocorreu no último dia 03 de junho, no centro de convenções da cidade de Altamira, às 10:00horas.
Agora, com a instalação do Comitê Gestor do PDRS-Xingu e após a aprovação do seu Regimento Interno, vamos em busca da realização do grande sonho de Belo Monte, que não é só a implantação dessa maravilhosa hidrelétrica, mas, principalmente, as obras de mitigação dela decorrente. Aliás, e disso estou convencido, se Belo Monte não fosse construída, não haveria nenhuma perspectiva, pelo menos a curto prazo, do poder público resolver os graves problemas de saneamento básico da cidade de Altamira, seja de água, esgoto, e, principalmente, da macrodrenagem dos igarapés Altamira, Ambé e Panelas, reurbanizando as suas margens e transferindo os seus moradores para residências decentes. Todavia, com a construção de Belo Monte esse sonho tornou-se possível, bem como a construção de hospitais, escolas, pavimentação de vias urbanas, recuperação de estradas vicinais... Enfim, muita das ações que o Poder Público jamais teria condições de executar, por absoluta falta de recursos ou por não ser prioridade, deve acontecer agora, graças à construção da hidrelétrica de Belo Monte. E não apenas em Altamira e Vitória do Xingu, mas, sim, em todos os municípios da abrangência do PDRS-Xingu.
Como se vê, a possibilidade de se promover o desenvolvimento integrado do entorno de Belo Monte, a começar pela pavimentação da Transamazônia, é que sempre foi o grande sonho da região, e que me levou a defender com ardor a construção dessa hidrelétrica da Volta Grande do Xingu. E foi por isso que no discurso que proferi na sessão de instalação do PDRS-Xingu, em Altamira, disse que o Pará festeja a implantação da hidrelétrica de Belo Monte, até porque há a expectativa de que, desta vez, não haverá passivo social como aqueles deixados por Tucuruí e outros grandes projetos. E se assim é, que venha Belo Monte com os seus desafios, gerando a energia de que o Brasil precisa e promovendo o desenvolvimento do Xingu e da Transamazônica.

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