Apenas nos 11 primeiros meses deste ano a União, os governos estaduais e municipais e as estatais já cumpriram 99% da meta de superávit primário para 2011 (ou seja, a economia feita pelo setor público para pagamento de juros da dívida).
Praticamente cumprida a meta deste ano, a dúvida agora é como será 2012, quando as pressões por gastos serão bem maiores. Neste ano, o governo elevou o esforço fiscal em R$ 10 bilhões. Mas, no ano que vem, além de eleições municipais, quando os governos gastam mais para reeleger candidatos, haverá uma despesa extra de quase R$ 50 bilhões no Orçamento da União. Apenas com o aumento real de 7,5% no salário mínimo, os gastos federais devem ficar R$ 23 bilhões mais altos.
"Em 2011 se voltou à normalidade fiscal depois de dois anos difíceis, 2009 e 2010. Estes foram anos atípicos em termos de desempenho, principalmente porque o nível da atividade econômica foi afetado pela crise internacional, impactando a arrecadação", afirmou Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do Banco Central.
Ele afirmou que a expectativa do BC para 2012 é de um "cenário tranquilo", a despeito das pressões por gastos. "Trabalhamos com um superávit primário de 3,1%, alta de 3,5% do PIB, uma Selic [a taxa básica de juros] em 9,7% ao ano no final de 2012, IPCA [Índice de Preços ao Consumidor Amplo, que mede a inflação oficial] de 5,39% e o câmbio a US$ 1,75 em dezembro."
Com esses parâmetros, diz Maciel, será possível reduzir o déficit nominal, hoje de 2,4%, para 1,2% no final do ano que vem. "A inflação será menor e a expectativa do mercado é que os juros básicos caiam", justificou o economista.
Por Folhapress
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