A partir de março, os japoneses vão poder consumir chocolate feito com cacau produzido no Pará, mais precisamente oriundo do município de Tomé Açu, que produz em torno de quatro milhões de pés do fruto por ano, segundo a Cooperativa Agrícola Mista de Tomé-Açu (Camta), fornecedora do produto ao mercado japonês.
Na segunda-feira, 31, uma missão empresarial daquele país esteve na Secretaria Estadual de Agricultura (Sagri), com o titular do órgão, Hildegardo Nunes, para comunicar o interesse que possuem de ampliar as relações comerciais com o Pará e, também, informar que dentro de dois meses estará sendo inaugurada no Japão uma fábrica de chocolate com a marca da Amazônia. Os empresários foram acompanhados do reitor da Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Sueo Numazawa, e já levaram um mostra do chocolate para degustação.
Os integrantes da missão - formada por representante das empresas Meiji e Fruta Fruta - elogiaram a qualidade e o rendimento do cacau paraense, afirmando ser o fruto bastante superior ao de outros Estados brasileiros e até de outros países. Eles também destacaram a credibilidade que o cacau de Tomé-Açu possui no mercado japonês, sobretudo pelo fato de o cultivo envolver a comunidade japonesa que reside no município.
Hildegardo agradeceu o interesse dos empresários pelos produtos paraenses e informou que o governo do Pará tem toda disposição em ampliar ainda mais as relações comerciais com o Japão, até pela aproximação que o país tem com o Estado do ponto de vista histórico. Ele propôs, inclusive, que seja feita uma parceria para que no futuro a exportação não se limite apenas às amêndoas, mas que o Japão possa receber como produto final, já o chocolate.
O titular da Sagri também sugeriu que o mercado japonês invista também na importação de castanha do Pará a fim de que o chocolate produzido Japão seja genuinamente amazônico, produzido com bases sustentáveis e em respeito à floresta. "Isso será um reforço à marca de vocês", disse Hildegardo, propondo ainda que seja estudada a possibilidade de investir no chocolate feito a partir da semente do cupuaçu. "Temos também interesse que se possa avançar nessa outra linha de produção", reforçou o secretário, torcendo para que o chocolate produzido pela Meiji tenha boa aceitação no mercado, a fim de que o Japão compre bastante o cacau produzido no Pará.
No ano passado, em torno de 110 toneladas de amêndoas de cacau foram exportadas para o Japão por meio da Camta. Para este ano, a previsão é de envio de 160 toneladas do produto, de acordo com o reitor da Ufra.
Tânia Monteiro - Ascom/Sagri
Nenhum comentário:
Postar um comentário