O feriado prolongado e a chuva insistente não intimidaram o público fiel do “Arraial de Belém - Folclore em toda parte, cultura pra toda gente”, na noite de São João desta sexta-feira (24). Equipadas com sobrinhas e guarda-chuvas mais de 15 mil pessoas lotaram e coloriram a arquibancada e todos os demais espaços da Praça Waldemar Henrique para assistir o concurso de quadrilhas juninas, as mostras culturais da Concha Acústica, visitar a feira de artesanato e experimentar as comidas típicas da época nas barracas do local.
A pontualidade da programação, os intervalos curtos e a melhor organização do espaço são apontados pela diretora de Ação Cultural da Fundação Cultural de Belém (Fumbel), Lídia Albuquerque, como os principais motivos da maior participação das famílias de Belém.“Nós entendemos que essa organização diferente, a decoração, a pontualidade são os pontos altos, porque ajudam a manter o público e propiciam o melhor bem estar das pessoas.
Elas podem passear e sentar para provar da gastronomia paraense”, explica Lídia Albuquerque.Até agora a Fumbel registra uma média de 15 mil pessoas por noite de programação, com picos de até trinta mil nos finais de semana. Um dos maiores públicos é esperado para este domingo (26), quando acontece o irreverente concurso Miss Caipira Gay, que atrai uma numerosa e fiel torcida organizada.
“É o maior público já registrado no Arraial de Belém. Até o final da quadra junina, mais de 250 mil pessoas devem passar somente aqui pela Praça Waldemar Henrique, mas o Arraial de Belém também tem programação cultural nos distritos de Outeiro, Icoaraci e Mosqueiro”, comemora o presidente Fumbel, Carlos Amílcar.Outro ponto positivo é a maior participação de grupos culturais. Este ano são mais de 700, entre quadrilhas mirins e adultas, grupos para-folclóricos, bois-bumbás, pássaros juninos e cordões de bichos.
“Com a criação de um festival de quadrilhas do interior, num único dia, nós privilegiamos e abrimos mais espaços para os grupos culturais da nossa cidade que agora se apresentam em maior número e atraem mais gente para assistir”, afirma Carlos Amílcar.Nesta sexta, dez quadrilhas, sendo quatro mirins e sete adultas dos bairros do Jurunas, Guamá, Condor, Tapanã, Cremação e ainda dos distritos de Icoaraci, Mosqueiro e Outeiro se apresentaram. Nos grupos, quem dança e quem coordena as quadrilhas garante que é uma tradição mantida pelo amor e pela vontade dos participantes.
“Com pouco apoio, nós fazemos um esforço muito grande com a promoção de rifas, bingos e vendas para garantir a as apresentações”, explica Eliana Pinheiro, coordenadora da quadrilha mirim Cheiro do Pará, do bairro do Jurunas. “É muito sacrifício porque tem pais que não conseguem, que não tem dinheiro mesmo para vestir os filhos e nós fazemos coleta, de tudo para as crianças participarem”, afirma Eliana.A manicure Maria do Socorro Costa assistiu a apresentação da filha, que este ano dança pela quadrilha Presepeiros da Condor.
“A gente não tem sossego, quase toda noite ela tem apresentação e hoje está aqui, mas eu gosto”, garante a mãe coruja, que diz que a paixão pelas quadrilhas vem desde a infância. “Minha mãe também gostava e eu dancei muito, agora trago minha filha para dançar”, conta. Este ano, 77 grupos de quadrilha de Belém e 36 do interior se inscreveram no concurso de Belém.
Na disputa das misses, ao todo são 231 candidatas que terão dois minutos cada uma para conquistar os jurados nas categorias: Caipira, Simpatia e Mulata Cheirosa, na programação que vai até o próximo domingo, dia 03 de julho, com o anúncio das vencedoras e apresentação das melhores de 2011 no Arraial de Belém.
Texto: Tânia Menezes
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