Um pelotão do Batalhão de Choque da Polícia Militar partiu nesta quinta-feira, 16, para Marabá, com a missão de desobstruir a rodovia Transamazônica, bloqueada por cerca de 1.500 militantes sem terra. A estrada foi tomada por famílias ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), aumentando ainda mais a tensão naquele município, conflagrada após o recente duplo homicídio de líderes rurais que mobiliza a atenção da Polícia na área.
O envio da Tropa de Choque foi decidido para garantir a ordem no município e evitar um confronto iminente entre os militantes e os moradores da cidade de Marabá, agastados com as manifestações dos sem-terra. “O direito de ir e vir das pessoas está sendo violado. A população está sendo prejudicada. O sistema de segurança do Estado tem o dever de agir e ser rápido. Temos que colocar a situação sob controle”, enfatiza o secretário de Segurança, Luiz Fernandes Rocha, surpreendido pela notícia do bloqueio da rodovia ao participar do Seminário de Gestão promovido pelo Governo do Estado no Hangar.
Segundo o delegado geral adjunto Rilmar Firmino, que está em Marabá comandando as investigações sobre as mortes dos líderes rurais, a situaç.ão se tornou mais preocupante na noite do último dia 14, terça-feira, quando uma mulher que participava da ocupação do Incra pelos sem-terra foi atropelada em frente ao prédio do instituto. Revoltados, os demas ocupantes fizeram uma manifestação no trecho da Transamazônica que corta Marabá e interditaram a rodovia, somente liberada por volta das 22h de quarta-feira, 15.
Hoje, porém, com a chegada de caravanas de sem-terras de várias localidades, sobretudo Eldorado dos Carajás, a tensão recrudesceu e os militantes fecharam novamente a rodovia. O MST reivindica maior agilidade do Incra na regularização dos assentamentos que ainda dependem de liberação para receber colonos ligados ao movimento. “Não podemos partir para uma operação de desocupação sem que antes se tente a negociação para encerrar o protesto. Nesse sentido, é importante a presença da tropa de Choque da PM, para assegurar a proteção também aos agentes da lei que irão negociar com os líderes do MST”, informou o delegado Firmino.
Ele descartou a possibilidade de uma participação dos homens da Força Nacional, que estão em Marabá, nessa operação de desobstrução. “A Força Nacional está aqui como obsevadora e tem a sua própria missão definida”, explicou. “Tenho a convicção de que, com a chegada da Tropa de Choque, a PM terá todas as condições de restabelecer o diálogo e contornar a situação”, disse o delegado.
Paulo Silber - Secom
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