É comum dizer a quem completa 18 anos que, daquele momento em diante, começa um caminho de grandes batalhas, realizações e conquistas. Bem, se assim for, a Universidade do Estado do Pará (Uepa), que chegou à "maioridade" em maio, pode ser chamada de precoce. De seu “nascimento”, em 1993, até os dias de hoje, a instituição tem uma história de vida e tanto pra contar. Começou como uma reunião de faculdades para só depois se firmar como a primeira universidade estadual; chegou para ficar em vários interiores do Pará, apostou na "dobradinha" pesquisa e extensão para disponibilizar serviços importantes à população, investiu em pós-graduação e na qualificação permanente de seu quadro de servidores, dentre tantos outros marcos que pontuam sua existência e importância para o Estado.
Hoje, com quase 15 mil alunos e presente em 50 dos 144 municípios paraenses com 20 campi universitários e oferecendo 21 cursos de graduação nas áreas de Educação, Saúde e Tecnologia, e mais de 30 de pós-graduação, a Universidade sopra as velinhas com a maturidade de quem sabe de que ainda há muito a fazer.
Nos últimos três anos, os gestores da universidade optaram por uma gestão em que todos se apropriassem da realidade e dos rumos da instituição. Ao mesmo tempo em que aconteciam obras e reformas, criação de novos espaços, o programa "Caminhos da Uepa" levava para as ondas do rádio as notícias sobre o que acontece dentro da instituição. Enquanto eram lançados os programas de mestrado em Ciências da Religião e Ciências Ambientais, Enfermagem e Biologia Parasitária na Amazônia, os processos seletivos (vestibular) batiam recordes de inscritos, com aumento de 61 mil para quase 80 mil entre 2008 e 2010.
Outras ações permitiram a construção do Restaurante Universitário (RU) do campus do Telégrafo, com refeições de qualidade para servidores e alunos no campus que possui maior número de discentes da capital; a implementação do Programa de Assistência Estudantil, que ajuda aqueles que não têm condições financeiras mínimas para estudar; a ampliação da estrutura física de campi como Conceição do Araguaia, Marabá, Redenção, Salvaterra e Tucuruí; e criação de laboratórios de ensino, pesquisa e assistência equipados graças aos recursos do tesouro estadual, ampliando assim a capacidade de competitividade dos grupos de pesquisa na captação de recursos externos.
“O resultado não poderia ser outro. Nos últimos três anos, foram quatro mestrados próprios aprovados pela Capes, ampliação de cerca de 30% da estrutura física em todo o Estado, o que incluiu a inauguração de cinco novos campi em diferentes municípios. Depois da nomeação de 500 servidores, temos mais 150 professores efetivos no quadro”, comemora a reitora, profa. Dra. Marília Brasil. “A Uepa foi criada e cresceu com apoio do governo, do legislativo, prefeituras, funcionários, docentes e gestores e hoje estamos a caminho da nova lei organizacional, do novo plano de cargos e salários e dos novos estatuto e regimento geral. Temos demandas sociais que representam enormes desafios para a Universidade, e nós os aceitamos com toda a disposição e entendimento de que ainda há muito trabalho a fazer”, garante.
Quem comemora esse aniversário na mesma empolgação é o professor José Dênis Soares, do curso de Letras, que pode ser chamado, literalmente, de “cria” da Uepa. Como aluno, ele passou por todos os lugares por onde podia passar dentro da universidade: foi bolsista de iniciação científica, participou de projetos de pesquisa, de extensão, de ensino e de monitoria. Assim que se formou, conseguiu entrar no mestrado em Letras pela Universidade Federal do Pará (UFPA) – “uma consequência de quatro anos de muita dedicação à graduação”, admite. No ano seguinte, mostrou que o bom filho a casa torna e foi aprovado em seleções para dar aulas na Uepa, de onde não saiu mais.
"Entrei em 2004 e morava em Salinópolis quando passei no vestibular, era a primeira turma de Letras da capital. Vim para Belém e foram quatro anos de muito trabalho, muita dedicação. Além de todos os projetos dos quais participei, ainda consegui ser bolsista do grupo de pesquisa Culturas e Memórias da Amazônia , o Cuma, por onde cheguei a lançar até livro", lembra o hoje docente sobre sua trajetória.
"Eu não sei nem explicar o que é a Uepa para mim. É a minha casa, sabe? É onde eu fui criado, onde aprimorei meus conhecimentos e onde eu posso contribuir para que outras pessoas também se aprimorem. Eu não tinha chances de cursar uma universidade particular e a Uepa me 'abrigou' enquanto aluno, bolsista, monitor, e por último, professor. Poder aplicar aqui onde aprendi os meus conhecimentos é algo muito gratificante", diz Dênis, que hoje orienta até mesmo o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) de uma amiga de infância.
"Eu olho a minha trajetória e afirmo que não eu teria feito nada diferente. E na minha época era mais difícil, eram apenas 20 vagas para o meu curso, hoje são 100. O campus onde eu estudei hoje tem RU, uma coisa que nós sempre quisemos, a Eduepa investe na publicação de obras paraenses, enfim, há uma série de avanços que deram outra realidade para a Universidade", elogia.
Uepa em números
Estrutura física
20 campi
*5 em Belém
* 15 no interior
Presença no interior
A UEPA está em dez das 12 regiões de integração do Estado. Mesmo sem unidade física, também oferece graduação pelo projeto de Educação à Distância (EAD) para os cursos de Licenciatura em Letras, Ciências Naturais (habilitação em Química, Física e Biologia), Pedagogia e Matemática em Altamira, Barcarena, Belém, Bragança, Cachoeira do Arari, Igarapé-Miri, Itaituba, Jacundá, Marabá, Pacajá, Ponta de Pedras e São Sebastião da Boa Vista.
Curso de pós-graduação
* MINTERS e DINTERS em andamento
- DINTER em Pediatria (Unifesp)
- DINTER em Educação (PUC-RJ)
- MINTER e DINTER em Biologia de Agentes Infecciosos e Parasitários (UFPA)
- DINTER em Educação Matemática (PUC-SP)
- DINTER em Enfermagem (EEAN/UFRJ)
- DINTER em Tecnologia de Alimentos (UFV/UEPA)
- MINTER e DINTER em Doenças Tropicais (UFPA/UEPA)
* Mestrados acadêmicos próprios
- Educação
- Biologia Parasitária da Amazônia (UEPA/IEC)
- Ciências da Religião
- Ciências Ambientais
* Mestrado profissional
- Saúde na Amazônia (UFPA/UEPA)
* e mais 22 especializações em Ciências Sociais e Educação, 16 especializações em Ciências Biológicas e da Saúde e 4 especializações em Ciências Naturais e Tecnologia
Projetos de pesquisa
* 01 grupo em Ciências Agrárias
* 04 grupos em Ciências Exatas e da Terra
* 03 grupos em Engenharias
* 17 grupos em Ciências da Saúde
* 08 grupos em Ciências Humanas
Projetos de extensão
* São mais de 30 projetos que contemplam Belém e o interior do Estado nas áreas da Saúde, Tecnologia e Educação
Docentes efetivos
* De 450 para 790 entre 2008 e 2011
Número de alunos
* Cerca de 15 mil em todo o Estado
Carolina Menezes - Ascom Uepa
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