Dona Preguiça e o macaco Preguinho, personagens do programa infantil Catalendas, começam a viver novas aventuras a partir deste mês de setembro. Produzido pela Rede Cultura de Comunicação e In Bust Teatro com Bonecos, o Catalendas volta a gravar episódios inéditos após um hiato de dois anos. Serão gravados dez novos programas até o final de 2011.
Exibido no Brasil e no exterior, o Catalendas é o produto audiovisual paraense com maior repercussão no Brasil e no exterior. O programa é exibido em rede nacional, pela TV Cultura, há nove anos, sem interrupção. E desde a Copa do Mundo de 2010 passou a ser exibido também em países africanos de língua portuguesa.
A essência do programa é a contação de histórias. São lendas e contos da Amazônia e de outras regiões do Brasil e do mundo adaptados para a linguagem do teatro de bonecos. Isso fez do Catalendas uma referência em programa infantil no Brasil. “Nesses dois anos, apesar de não termos episódios inéditos, nunca deixamos de receber e-mails e telefonemas de pessoas de todo o país que utilizam o programa como objeto de pesquisa e instrumento pedagógico”, diz o diretor do programa, Roger Paes.
Paulo Ricardo Nascimento, da In Bust Teatro com Bonecos, diz que o programa alcança também o público jovem e adulto, e não apenas o infantil. “Tem uns adultos ligados e uma galera de 17, 18, 19 anos, que cresceu vendo e continua vendo”, observa ele, acrescentando que, nas apresentações do grupo pelo Brasil, os atores-manipuladores sempre têm um retorno positivo do público quando revelam que o Catalendas é produzido pela In Bust.
O acervo do Catalendas reúne mais de 100 episódios. As histórias são roteirizadas por David Matos, Adriana Cruz, Ester Sá e Edson Nascimento, sob a consultoria pedagógica da pesquisadora Zéa Fares. Para esta nova fase, foram escolhidos temas do folclore amazônico, baiano e japonês, entre outros.
“Faremos, por exemplo, uma lenda japonesa que fala de uma moça que vira garça e tece tapetes com as próprias penas. Outro é um conto que se passa no interior da Bahia e fala da relação dos pescadores com a Iemanjá. Há ainda um conto do Walcyr Monteiro, uma história de caçadores, que por causa do medo acham que vão encontrar um monstro na mata”, antecipa Paulo Ricardo.
Mas os fãs de Dona Preguiça e Preguinho podem contar que o formato do programa será mantido. “A essência do Catalendas é o teatro de bonecos, e essa essência será mantida”, diz Roger Paes. Os personagens serão os mesmos, mas é provável que eles ganhem novos amigos, com a materialização de personagens que já existem e nunca apareceram, como o Tatu Bolinha e a Dona Anta.
Roger Paes conta que é grande a expectativa para a gravação de novos episódios. “Teremos algumas novidades, como vinheta e arte, além da gravação em HD, que vai garantir melhor resolução na cor e na textura do programa. Também vamos detalhar os cenários, já que a gravação em HD exige muito do acabamento”, explica Roger. A trilha sonora original, produzida por Fábio Cavalcante, também ganhará novos temas.
Para a In Bust, a retomada do Catalendas representa respeito com o público que cresceu e assiste ao programa. “É também o reconhecimento dos profissionais que trabalham para construir uma identidade peculiar e própria da nossa região em parceria com uma instituição que tem isso como princípio”, diz Paulo Ricardo.
Por enquanto o público pode ter um gostinho do que vem por aí com o espetáculo “Catalendas”, que a In Bust está apresentando diariamente, na XV Feira Pan-Amazônica do Livro. “O Catalendas está no palco como programa de TV. Não temos os personagens do programa ao vivo, mas dentro da tevê contracenando com personagens no palco. Na verdade é uma transposição do objetivo do programa para o palco, o exercício da oralidade com a contação de histórias num espetáculo de teatro com bonecos, com a cara dos espetáculos da In Bust”, explica Paulo Ricardo.
Além dos novos episódios do Catalendas, a In Bust planeja revitalizar o Casarão do Boneco, que reúne um dos maiores acervos do Brasil em teatro de bonecos. “O acervo do grupo é grande, e o do Catalendas também”, diz Paulo Ricardo, para quem o acervo do Catalendas deve ser tratado como bem público. “Mas a In Bust não tem espaço e nem condições financeiras para tratá-lo com o devido cuidado. Mas esse problema já está sendo pensado e em processo de solução pela atual gestão da Rede Cultura”, explica.
Serviço: Espetáculo “Catalendas”, da In Bust Teatro com Bonecos, em parceria com a Rede Cultura de Comunicação. No Espaço Infantil da XV Feira Pan-Amazônica do Livro (Hangar - Centro de Feiras e Convenções da Amazônia), até sexta-feira, às 19h, e no sábado e domingo, às 11h. Entrada franca.
Ascom/Funtelpa
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