Há um
mês a Santa Casa de Misericórdia acolheu os gêmeos Emanuel e Jesus, nascidos no
dia 19 de dezembro, no município de Anajás. Seria mais um caso de bebês
recém-nascidos precisando dos cuidados especiais oferecidos na Fundação, não
fosse pelo fato de dividirem o mesmo corpo. A transferência aconteceu no dia
seguinte ao nascimento e, apesar das chances de sobrevivência serem mínimas,
eles surpreendem a equipe médica e vem apresentando melhoras a cada dia.
Rosana
Nunes, gerente de enfermagem da neonatologia e que também acompanha o caso,
juntamente com uma equipe multiprofissional da maternidade, ressalta que o caso
dos bebês exigiu atenção especial desde o primeiro dia em que chegaram ao
hospital. Ela afirma que toda a equipe da Santa Casa está se empenhada
diariamente para a melhoria do quadro das crianças. “Cada evolução que eles
apresentam, por mais simples que seja, é motivo para que a gente comemore. A
chance de acontecerem casos como dessas crianças é de uma para cada 100 mil
partos. Todos os casos que recebemos são tratados com muita atenção e cuidados
especiais. Neste caso a nossa atenção e o nosso cuidado têm sido redobrados,
pois se trata de uma questão muito delicada”, diz Rosana.
Os pais
das crianças também têm recebido orientações diariamente dos profissionais da
Santa Casa. “Logo que chegaram à maternidade, eles estavam muito confusos. Não
entendiam muito bem porque que os filhos haviam nascido desta forma. Mas,
depois de receberem informação diariamente da nossa equipe, os pais já entendem
e sabem como o processo acontece. Eles são muito atenciosos e carinhosos com os
bebês, estão junto com a gente na torcida para que as crianças melhorem, e a
mãe recebe orientações específicas para a amamentação”, relata a enfermeira.
O caso
das crianças siamesas não é o primeiro da Santa Casa de Misericórdia. Em 2004
um fato semelhante aconteceu, porém os bebês não resistiram e faleceram com
menos de duas semanas de nascidos. A enfermeira Rosana, que também acompanhou o
caso à época, afirma que cada situação é diferente da outra. “É como eu falei,
uma caixinha de surpresas, difícil prever. Mas, o que podemos afirmar é que
mesmo que os bebês cresçam e continuem ganhando peso, eles vão precisar de um
acompanhamento ininterrupto para que possam se desenvolver cada vez mais”,
finaliza.
Juliana
Bremgartner, uma das pediatras que acompanham o caso, afirma que os bebês
siameses estão clinicamente estáveis, tolerando dieta do Banco de Leite Humano
da Santa Casa, em permanente acompanhamento com a fonoaudióloga para iniciar
transição da dieta para sugar o seio da mãe, e não fazem uso de antibióticos.
Estão sendo assistidos por vários especialistas como neonatologistas,
cirurgiões pediátricos e torácicos, cardiologistas, ortopedistas,
fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, enfermeiros e técnicos de enfermagem.
Também já realizaram vários exames de imagens, que colaboraram para uma melhor compreensão
da anatomia e fisiologia dos bebês.
Texto:
Alessandro Borges-Santa Casa
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