O estabelecimento do primitivo núcleo do
município remonta ao contexto da conquista da foz do rio Amazonas, à época da
Dinastia Filipina, por forças luso-espanholas sob o comando do capitão
Francisco Caldeira Castelo Branco, quando, a 12 de janeiro de 1616, fundou o
Forte do Presépio.
A povoação que se formou ao seu redor foi
inicialmente denominada de Feliz Lusitânia. Posteriormente foi sucessivamente
denominada como Santa Maria do Grão Pará, Santa Maria de Belém do Grão Pará,
até a atual denominação de Belém. Belém foi a primeira capital da Amazônia.[14]
Nesse período, ao lado da atividade de coleta
das chamadas drogas do Sertão, a economia era baseada na agricultura de subsistência,
complementada por uma pequena atividade pecuária e pela pesca, praticada por
pequenos produtores que habitavam, principalmente, na ilha do Marajó e na ilha
de Vigia. Distante dos núcleos decisórios das regiões Nordeste e Sudeste do
Brasil e fortemente ligada a Portugal, Belém reconheceu a Independência do
Brasil apenas a 15 de agosto de 1823, quase um ano após a sua proclamação.
Era da Borracha
Na Era da
Borracha ou Ciclo da Borracha, Belém vivenciou a Belle Époque, momentos de luxo
e glamour. Belém era na época considerada a cidade brasileira mais desenvolvida
e umas das mais prósperas do mundo, não só pela sua posição estratégica - quase
no litoral -, mas também porque sediava um maior número de residências de
seringalistas, casas bancárias e outras importantes instituições.
Theatro da Paz.
O apogeu foi
entre 1890 e 1920, quando a cidade contava com tecnologias que outras cidades
do sul e sudeste do Brasil ainda não possuíam. A cidade possuía o Cinema
Olympia (o mais antigo do Brasil em funcionamento), considerado um dos mais
luxuosos e modernos de seu tempo, inaugurado em 21 de abril de 1912, no auge do
cinema mudo internacional. A cidade possui o famoso Teatro da Paz, considerado
um dos mais belos do Brasil, inspirado no Teatro Scala de Milão, o mercado de
ferro Ver-o-Peso, a maior feira livre da América Latina, o Palácio Antônio
Lemos, o Colégio Gentil Bittencourt, a Praça Batista Campos e muitos outros.
Pela mesma razão, foram atraídas nesse período
levas de imigrantes estrangeiros como portugueses, chineses, franceses,
japoneses, espanhóis e outros grupos menores, com o fim de desenvolverem a
agricultura nas terras da Zona Bragantina.
A comarca da capital, com sede em Belém,
envolvia, além do seu município, os de Acará, Ourém e Guamá. Possuía quinze
freguesias: Nossa Senhora da Graça da Sé, Sant'Ana da Campina, Santíssima
Trindade e Nossa Senhora de Nazareth do Desterro, na capital. No interior as de
São José do Acará, São Francisco Xavier de Barcarena, Nossa Senhora da
Conceição de Benfica, Sant'Ana de Bujaru, Nossa Senhora do Ó do Mosqueiro,
Sant'Ana do Capim, São Domingos da Boa Vista, São João Batista do Conde, São
Miguel do Guamá, Nossa Senhora da Piedade de Irituia e Divino Espírito Santo de
Ourém.
Observa-se que nessa época o indígena teve
participação direta na economia local, por já estar mais reservado nas áreas
afastadas dos centros urbanos, vivendo sua própria cultura, depois de ter
enfrentado os colonizadores em muitos conflitos.
Cresceu, em contrapartida, o comércio de
escravos, trazidos para os trabalhos gerais necessários e surgiu a figura do
caboclo, que já se desenvolvia com a miscigenação.
Cabanagem
Entre
os anos de 1835 e 1840 o município esteve no centro da Guerra da Cabanagem,
considerada a de participação mais autenticamente popular da história do país,
única em que a população efetivamente derrubou o governo local. Posteriormente
receberia o título de Imperial Município, conferido por D. Pedro II
(1840-1889). Entre as causas dessa revolta citam-se a extrema miséria do povo
paraense e a irrelevância política à qual a província foi relegada após a
independência do Brasil. A denominação Cabanagem remete ao tipo de habitação da
população ribeirinha mais pobre, formada principalmente por mestiços, escravos
libertos e índios. A elite fazendeira do Grão-Pará, embora morasse muito
melhor, ressentia-se da falta de participação nas decisões do governo central,
dominado pelas províncias do Sudeste e do Nordeste. A guerra durou cinco anos e
provocou a morte de mais de 50 mil pessoas, cerca de 45 mil eram cabanos, o
equivalente a quase 1/3 da população do Grão-Pará na época.
Geografia
Ocupando uma área de 1 065 km², Belém conta
atualmente com 1.437.600 habitantes, é a segunda cidade mais populosa da
Amazônia. Limita-se com o município de Ananindeua.
Relevo: Planície amazônica
Vegetação: Floresta Amazônica
Hidrografia
Baía do Guajará.
Os rios que
passam por Belém são o rio Amazonas, rio Maguari e rio Guamá. A Baía do Guajará
é uma baía que banha diversas cidades do estado do Pará, inclusive sua capital.
É formada pelo encontro da foz do rio Guamá com a foz do rio Acará.
rio Amazonas – é o maior rio da Terra, tanto
em volume d'água quanto em comprimento (6 992,06 km de extensão). Tem sua
origem na nascente do rio Apurímac (alto da parte ocidental da cordilheira dos
Andes), no sul do Peru, e deságua no oceano Atlântico, junto ao rio Tocantins.
Rio Maguari - banha a Região
Metropolitana
de Belém.
rio Guamá – é um rio localizado no nordeste do
Pará, cuja bacia hidrográfica drena uma área de 87 389,54 km². A navegabilidade
é viável nos últimos 160 km do rio, do município de São Miguel do Guamá à Baía
do Guajará. Entre seus afluentes, destacam-se os rios Acará, Capim e Moju. No
rio Guamá é comum ocorrer o fenômeno da pororoca. Na sua margem direita se
situa o campus principal da Universidade Federal do Pará, à altura de Belém.
Cerca de 75% da água consumida na cidade vem deste rio, que recebe 11
córregos[15].
Problema ambiental
A rede de abastecimento chega a 80% em Belém,
mas somente 6,5% da descarga domicilar está conectada à rede coletora, o que
provoca o descarte inadequado dos dejetos em 14 bacias que abastecem a cidade,
11 delas ligadas ao rio Guamá[15].
Clima
O clima em Belém é quente e úmido, tipicamente
equatorial, influência direta da floresta amazônica, onde as chuvas são
constantes. O índice pluviométrico é de 2889 mm(ano). As incontáveis mangueiras
existentes nas ruas da cidade ajudam a amenizar o calor, principalmente nos
meses mais quentes de julho a novembro, quando a temperatura pode chegar a 35
graus, porém a temperatura média anual é de 26 °C. Além de aliviar o calor, as
mangueiras ornamentam a cidade e fazem a delícia dos amantes da manga, já que
em janeiro e fevereiro, época da safra, Belém é inundada pelo fruto, sendo
assim conhecida como Cidade das Mangueiras.
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