A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) está preparando uma série de ações para prevenir o vírus cólera no Estado. O trabalho de prevenção será realizado pela Divisão de Vigilância Epidemiológica e atende a uma exigência do Ministério de Saúde, que alerta os estados brasileiros para a necessidade de um plano emergencial de enfrentamento da doença. O risco iminente da reintrodução do vibrião colérico (Vibrio Cholerae) pode acontecer por intermédio de imigrantes de áreas afetadas com o vírus, como o Haiti, que vêm ao Brasil em busca de trabalho, militares brasileiros em missão de paz naquele país, turistas de outros países com circulação da doença e tripulação de navios estrangeiros.
O plano de enfrentamento tem parceria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e visa sensibilizar a população e os profissionais de saúde para a importância da prevenção da doença. Em 2010, o Haiti iniciou uma epidemia que atualmente apresenta um índice de 324.299 casos de cólera, com 5.342 óbitos. A República Dominicana já notificou 1.288 casos da doença e 23 mortes.
No Brasil, até o momento só há um caso de cólera confirmado no Estado de São Paulo. A última pandemia no país aconteceu em 1991 e veio pelo rio Solimões, na fronteira do Peru com o Amazonas. Depois atingiu as regiões Nordeste e Sudeste do País, através dos principais eixos rodoviários, produzindo um total de 167.885 casos e 2.015 óbitos de 1991 a 1999.
No Pará, desde 2006 não há nenhum registro da doença, mas todos os municípios serão contemplados com as ações de prevenção e 36 cidades são consideradas prioritárias por serem locais de chegada de embarcações e zonas de fronteiras, além de apresentarem condições socioeconômicas e ambientais que favorecem a rápida disseminação do Vibrio Cholerae.
Segundo Ana Lúcia da Silva, diretora da Divisão Epidemiológica, não há motivo para pânico e o plano de enfrentamento que está sendo desenvolvido deverá erradicar a doença, pois as ações buscam apenas evitar a sua propagação com detecção e confirmação adequada. “As ações vão direcionadas principalmente à prevenção. Vamos mobilizar e capacitar os profissionais de saúde por meio de palestras e distribuição de material informativo. Também faremos parceria com a Secretaria de Educação do Estado e hotéis para divulgar nossas atividades”, ressaltou Ana Lúcia.
O Cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda, causada pela enterotoxina do Vibrio Cholerae, com manifestações clínicas variadas, podendo se apresentar de forma grave, com diarréia aquosa e profusa, com ou sem vômitos, dor abdominal e câimbras. Esse quadro, quando não tratado prontamente, pode evoluir para desidratação, acidose, colapso circulatório, com choque hipovolêmico e insuficiência renal. Em geral, as manifestações são assintomáticas, com diarréia leve.
A orientação é lavar as mãos com freqüência, utilizar água mineral para ingestão e higiene oral, evitar tomar banho em rios, lagos ou piscinas com água contaminada, lavar bem e armazenar adequadamente os alimentoso, utilizar o hipoclorito de sódio 2,5% (duas gotas de hipoclorito para cada litro de água), comer alimentos bem cozidos e ainda quentes, ferver o leite e a água antes de consumi-los, manter os alimentos fora do alcance de insetos, roedores e outros animais.
Edna Sidou - Ascom/Sespa
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