Integrantes do Comitê Gestor do Fundo de Desenvolvimento da Cacauicultura do Pará se reuniram na segunda-feira (13), na Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri), para discutir a atual situação do Funcacau e definir as próximas ações de financiamento da atividade cacaueira no Estado.
A diretora adjunta da Sagri, Eliana Zacca, que presidiu a reunião, informou que a auditoria solicitada pelo secretário de Agricultura, Hildegardo Nunes, no dia 19 de abril passado, constatou a ausência de documentos e informações importantes sobre as aplicações dos recursos do fundo no governo passado.
Foram analisados sete convênios, que totalizam R$ 2,6 milhões, destinados à compra de veículos e equipamentos para a fábrica de chocolate de Medicilândia, município da região da Transamazônica, capacitação de produtores e realização de um seminário regional e do Festival do Cacau. Givaldo Araújo, do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), informou que os recursos para capacitação não foram recebidos pela entidade.
Segundo a auditoria, faltam relatórios sobre a aplicação dos recursos e informações, como o preço dos equipamentos da fábrica de chocolate, que ainda estão incompletos. Falta, por exemplo, a prensa que extrai a manteiga do cacau. A fábrica funciona num terreno cedido pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura cacaueira (Ceplac), mas não foi identificado quem a administra. O deputado estadual José Megale (PSDB) disse que é preciso esclarecer os pontos obscuros dos convênios, para que o governo atual não seja responsabilizado pelo não funcionamento da fábrica.
Incubadora - O superintendente da Ceplac, Raymundo Mello, pretende transformar a fábrica de chocolate numa empresa incubadora, sistema que estimula a criação e o fortalecimento de pequenas empresas. A ideia é aproveitar o nicho de mercado do cacau gourmet, de alta qualidade.
Medicilândia tem hoje cerca de 2 mil cacauicultores, que produzem 36 mil toneladas, a maior produção do Pará, que é o segundo maior produtor nacional, perdendo apenas para a Bahia. A falta de semente limita a expansão da cacauicultura no Estado, mesmo assim a atividade cresce 12% ao ano, enquanto o índice de crescimento na Bahia é de apenas 1%. Em 2010, o Pará produziu 12 milhões de sementes, mas distribuiu 20 milhões. A diferença é importada da Bahia e do Mato Grosso.
A capacitação e a produção de sementes são prioridades do Funcacau para este ano. A meta é aumentar, em Medicilândia, de 3 milhões para 20 milhões a produção de sementes, num campo de 20 hectares.
Leni Sampaio – Sagri
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