Ele diz que seu livro não conta nada de novo, no entanto o convidado desta quarta-feira, 7, da Feira Pan-Amazônica do Livro, o jornalista paranaense Leandro Narloch está há meses na lista dos mais vendidos da revista Veja e chamou a atenção do mercado editorial com os seus “Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil” e o “Guia Politicamente Incorreto da América Latina”.
Como o próprio nome já diz, as publicações trazem o outro lado da história oficial do país e do continente, com inconfidências que embora já fossem de conhecimento dos historiadores, não haviam sido divulgadas para o grande público. O jornalista é o convidado do Coliseu das Letras, às 19h, dentro da programação da XV Feira Pan-Amazônica do Livro.
O guia da história do Brasil nasceu quando Leandro teve acesso a novos estudos de história e percebeu que a versão oficial que era repassada aos estudantes nas escolas não reproduzia exatamente o que realmente havia acontecido. “Em quase todos os episódios, os ricos e as grandes potências eram do mal, e pobres, índios e negros eram do bem. Passei então a reunir novas informações que iam contra esse modelo” conta ele.
O resultado foi, como não podia deixar de ser, muita polêmica. “O livro não quer ser um estudo científico, não diz nada de novo - só reproduz fatos que historiadores já conheciam, mas o público em geral ainda não. É impressionante o número de leitores que, depois de ler o Guia, sentem que foram enganados por seus professores. Eu me dei o direito de contar episódios fascinantes, como o encanto dos índios ao conhecer o cachorro que chegou ao Brasil com os portugueses”, acrescenta.
A primeira publicação deu tão certo que logo surgiu o “Guia Politicamente Incorreto da América Latina”, produzido em parceria com o jornalista Duda Teixeira e lançado no último mês de agosto. A nova edição focaliza alguns ícones da historiografia da América Latina e desconstrói velhos discursos que marcam a história do continente. Os principais alvos dessa vez são Che Guevara, Juan e Evita Perón, além dos os incas, os astecas, os maias e os rebeldes negros que protagonizaram a Revolução do Haiti.
Para Leandro, os livros contribuem para a sociedade quando oferecem o contraponto entre a história oficial e o que ficou de fora dos livros didáticos. “Acredito que o melhor jeito de ensinar história é mostrando aos alunos diferentes interpretações do mesmo fato. O professor não precisa escolher uma dessas visões: basta expor as duas a seus alunos e provocar debates”, afirma.
Márcia Lima - Ascom Feira do Livro
FLASH'S DA FEIRA DO LIVRO
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