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terça-feira, outubro 04, 2011

Mais de 700 pessoas são beneficiadas com a entrega de óculos em Breves

Enxergar mais e melhor. Esta é a meta de 719 pessoas com idades acima de 15 anos e que ainda não sabem ler ou escrever, mas que receberam na manhã desta terça-feira, 4, seus primeiros óculos de grau. A entrega aconteceu no ginásio da Escola Estadual em Regime de Convênio Santo Agostinho, localizada no município de Breves, arquipélago do Marajó, durante o lançamento oficial do Projeto Olhar Brasil, do Programa Brasil Alfabetizado, no Pará.
Participaram da cerimônia o secretário especial de Promoção Social, Nilson Pinto; o diretor de Ensino Médio e Educação Profissional da Seduc, professor José Roberto Silva; o prefeito do município de Breves, José Antônio Azevedo Leão; o diretor nacional de Políticas de Educação de Jovens e Adultos Alfabetizados do MEC, Mauro José da Silva; a coordenadora geral de execução de programas de concessão de auxílios do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Maristela Debenest, e Dione cunha, representando a Secretaria Estadual de Saúde (Sespa).
De acordo com dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), 30% das crianças em idade escolar e 100% dos adultos com mais de 40 anos apresentam problemas de refração que interferem em seu desempenho diário, na sua inserção social e em sua qualidade de vida. Assim, é de fundamental importância buscar a solução de problemas deste tipo, que na maioria das vezes são passíveis de solução com o uso de óculos.
Em Breves, as ações do projeto “Olhar Brasil” foram iniciadas com consultas oftalmológicas no dia 25 de setembro. Foram atendidos 819 jovens e adultos, sendo 408 alfabetizandos da Secretaria Municipal de Educação e 411 do Programa Mova Pará Alfabetizado, executado pela Seduc. Entre os principais problemas visuais identificados pela equipe médica, a miopia e presbiopia foram os mais recorrentes. A explicação para isso é, principalmente, o fato de a maioria dos beneficiados nunca terem tido oportunidade de acesso à uma consulta oftalmológica e já serem idosos.
Em todo o Pará, a meta de atendimento do “Olhar Brasil” é de 72 mil jovens e adultos, residentes em 79 municípios. Nesta primeira etapa no Marajó, 1.415 alunos de seis municípios passarão por consultas. Os alfabetizandos de Bagre, Breves, Portel, Gurupá e Melgaço já se submeteram a exames oftalmológicos. Amanhã (5), será a vez de outros mil jovens, adultos e idosos da cidade de Anajás participarem das consultas.
Segundo o diretor nacional de Políticas de EJA do MEC, Mauro José da Silva, o Pará é o terceiro Estado a receber o projeto Olhar Brasil. Até o momento, somente a Paraíba e o Piauí haviam iniciado as atividades. “O Pará, hoje, é um exemplo de implementação de políticas públicas para todo o país”, afirmou o diretor, ressaltando a capacidade de articulação dos entes federativos.
“Antes, quando eu queria ler alguma coisa, as letras se juntavam todinhas. Não tinha como entender nada. Mas agora vou conseguir enxergar tudo e vou poder aprender a escrever e ler”, contou a aposentada Clara Corrêa Balieiro, de 70 anos. Ela nunca pisou em uma escola. Passou a infância e a juventude na comunidade São Sebastião, na zona rural de Breves, e não teve a oportunidade de estudar. A idosa - que acaba de iniciar as aulas de alfabetização por meio do programa Mova Pará Alfabetizado - foi uma das 719 pessoas que receberam um óculos de grau.
O secretário especial de Promoção Social, professor Nilson Pinto, destacou que o sucesso do projeto é fruto de uma articulação entre as três esferas governamentais. “Só no Pará são mais de 600 mil pessoas com idade acima de 15 anos que ainda precisam aprender a ler e escrever. Não há como o Estado, sozinho, dar conta desta demanda. O MEC e o FNDE, em parceria com o estado, trabalham para que este trabalho articulado aconteça. Este ano, a cidade de Breves sai na frente e recebe o lançamento do projeto no Pará. Isto não é apenas uma simples entrega de óculos, é um momento da maior importância para a cidadania e para a inclusão de quem esteve, no passado, à margem da alfabetização”, disse Nilson Pinto.
Mari Chiba - Ascom/Seduc

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