Para
comemorar os 396 anos de Belém, a Rádio Cultura FM convidou seus ouvintes a
participarem de um programa especial. Ouvir a boa música paraense, ao vivo, no
cenário que reúne dois dos principais símbolos da cidade: a Praça da República
e o Teatro Waldemar Henrique. Os programas Jornal da Manha e Conexão Cultura,
da Cultura FM, foram transmitidos nesta quinta-feira, 12, direto do hall da
casa que homenageia outra figura que se confunde com a história de Belém , o
maestro Waldemar Henrique.
Duas
caixas de som foram colocadas do lado de fora do teatro para que os transeuntes
da praça pudessem acompanhar a programação, que contou com a participação dos
artistas Salomão Habib, Dayse Addário e Aíla. Esta última se apresentou
acompanhada de Rafael Azevedo (baixo acústico) e Tom Salazar (violão). O
apresentador do Conexão Cultura, Arthur Nogueira, ainda recebeu o historiador
Gersandro Vitorino e o trovador Antônio Juraci Siqueira.
Quem
passou pelo local e não resistiu ao convite sonoro foi o fotógrafo francês
Bruno Pellerin. Morador de Belém há três anos, ele diz que continua encantado
com a cidade. Falando com um sotaque carregado, Bruno disse que se encantou com
a arquitetura de Belém, como a revelada nas linhas do Theatro da Paz e do
Ver-o-Peso, e também com as comidas, como o exótico tacacá. “Eu também adorei a
pupunha no café da manhã. É uma delícia”, contou. Apaixonado por música,
Pellerin fotografou toda a apresentação da cantora Aíla.
Para o
repertório, Aíla escolheu algumas músicas de seu CD "Trelêlê". Ela
revela que desde pequena gostava dos ritmos paraenses que estão presentes no
CD. “Eu ouvia muitas coisas daqui, como Pinduca, Verequete, Mestre Laurentino,
Alípio Martins, e foi muito intuitivo nesse primeiro trabalho ter carimbó,
guitarrada e brega anos 80”, contou, arrematando que fica muito feliz de poder
passar essas influências da cidade para o trabalho, valorizando-o. Confessou
também que é uma apaixonada pela gastronomia paraense. “Adoro tacacá, maniçoba,
manga, cupuaçu”, enumerou.
Antônio
Juraci Siqueira disse que descreve em seus poemas as imagens que ficaram
impregnadas em sua memória desde que chegou em Belém, aos 12 anos, vindo do
interior do estado. “Depois que passei a conviver com a cidade, com seus
problemas, com sua beleza, tudo isso virou motivo pros meus poemas”, pontuou.
Para ele, Belém é um celeiro para a criação de poemas, mas ele se preocupa com
os índices de violência que a cidade vem apresentando. “Em menino, quando eu
aportava no Ver-o-Peso, o que havia eram os malandros que enganavam as pessoas
com os famosos conto do 'paco'. Hoje os marginais portam armas de fogo que
deixam a gente aterrorizado”, contou.
A
programação da Rede Cultura em homenagem aos 396 anos da cidade de Belém
prossegue ao longo de toda a programação desta quinta-feira, 12.
Texto:
Ronaldo Quadros-Funtelpa
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