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sexta-feira, janeiro 13, 2012

Emater incentiva ribeirinhos de Mocajuba a retomar exploração de borracha

                Sessenta e um agricultores familiares da comunidade Ilha Grande da Conceição, às margens do rio Jacarecaia, em Mocajuba, no nordeste do estado, estão voltando ao extrativismo de látex com o incentivo do escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater).
                A atividade, que nas décadas de 40 e 50 chegou a posicionar o município como o maior produtor de borracha do Brasil, alcançando 10 mil toneladas por ano, a partir de 1990 começou a ser substituída pelo cultivo de pimenta-do-reino, a princípio mais lucrativo. Ocorre que, na mesma época, um surto da doença fusarium solani sp.piperís arrasou os pimentais da região, provocando a venda de mais da metade das propriedades e um considerável êxodo rural. Quem continuou trabalhando na roça teve que se sustentar com as práticas de subsistência: arroz, milho e mandioca.
“Há três anos, então, a Emater, percebendo o potencial das seringueiras de várzea, das quais cerca de 80% ainda se mantêm intocados, resolveu reanimar os produtores para a extração de borracha”, contextualiza o chefe da Emater em Mocajuba, o técnico agrícola e biólogo Edvilde Lima. Assim, se constituiu, em 2008, a Associação dos Moradores Assentados da Ilha Grande da Conceição – que, além de extrair “sernambi” (látex coagulado), também trabalha com cacau e açaí.
                Em 2011, os extrativistas venderam mais de 70 mil toneladas de borracha natural, a quase R$ 250 mil no total, para uma empresa de Marituba, na Região Metropolitana de Belém. A receita inclui a subvenção do governo federal, por meio da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que complementa o valor de R$ 2,30 o quilo, estabelecido no contrato, com R$ 1,20, perfazendo o indicativo da Política de Garantia de Preço Mínimo (PGPM): R$ 3,50.
                O acesso à subvenção foi intermediado pela Emater, que emitiu as declarações de aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) individuais e jurídica, e, a cada comercialização concluída, aciona a Conab. “A procura comercial pela borracha natural é muito grande, até porque existe uma tendência mundial em se rejeitarem os produtos sintéticos, entendidos como poluentes e nocivos à natureza”, aponta Lima. De acordo com a Emater, a estimativa de colheita para este ano é de 200 toneladas. Planeja-se, também, a incorporação de mais famílias ao projeto.

Texto:
Aline Miranda-Emater

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