O
secretário de Estado de Saúde Pública, Helio Franco, contestou nesta
quarta-feira (11) o trecho da pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisas
Econômicas Aplicadas (Ipea), que relaciona o número de médicos à qualidade de
vida da população. “O conceito de saúde é muito mais amplo. Engloba prevenção,
promoção, recuperação e reabilitação. Saúde não depende apenas de médico.
Depende de condições de vida, água tratada, alimentação saudável, educação,
emprego, renda, moradia etc.”, enfatizou Helio Franco. Segundo o secretário,
doenças endêmicas, como dengue e malária, não dependem apenas do médico para
serem controladas.
O fato
de haver mais médicos nas regiões Sudeste e Sul do Brasil, frisou ele, não
garante melhor qualidade de saúde, até porque nesses centros grande parte dos
profissionais de medicina atua em áreas como Cirurgia Plástica e Estética, e em
áreas de procedimentos como exames de imagem, por exemplo, não contribuindo
para melhorar a saúde da maioria das pessoas.
Helio
Franco ressaltou, no entanto, que há necessidade de descentralização e
fortalecimento dos serviços médicos no interior do Estado, problema cuja
solução foi priorizada pelo governador Simão Jatene, que no seu primeiro
governo construiu Hospitais Regionais em Santarém (no oeste paraense), Altamira
(na região da Transamazônica), Redenção (no sul), Marabá (no sudeste) e Breves
(no Arquipélago do Marajó), disponibilizando em todas as regiões do Pará
serviços de média e alta complexidade e incentivando muitos médicos a trabalhar
no interior. Também foi implantado o curso de Medicina na Universidade do
Estado do Pará (Uepa) em Santarém, que formará a primeira turma neste semestre.
Mão de obra - Dando continuidade a esse trabalho de formação
e qualificação de mão de obra, a Uepa está implantando o curso de Medicina em
Marabá, enquanto a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) iniciará o
projeto de Requalificação dos Hospitais Municipais em 29 municípios, incluindo
obras físicas e aquisição de equipamentos, para que os profissionais tenham melhores condições de trabalho e se
fixem nos municípios, além de oferecer à população serviços com maior
eficiência e eficácia. Este ano serão requalificados os hospitais nos
municípios de Abaetetuba, Barcarena, Novo Repartimento, Óbidos, Soure, Monte
Alegre, Salvaterra, Afuá, Anajás, Cachoeira do Arari, Novo Progresso, Palestina
do Pará, Santa Izabel do Pará e São Miguel do Guamá.
Ao
mesmo tempo, a Sespa trabalhará na qualificação da Atenção Primária desses
municípios, para que menos pessoas precisem ser internadas. Também serão
implantados hospitais de integração em Castanhal e Capanema (no nordeste
paraense), com funcionamento semelhante a um Regional, porém com menor
abrangência, e será construído um novo Hospital Regional em Itaituba, no sudoeste
do Estado.
Serão
implantadas, ainda, 44 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), das quais 10 com
recursos estaduais, que estão previstas na Agenda Mínima do governo do Estado,
e 34 com financiamento tripartite - participação do Ministério da Saúde, Estado
e municípios.
Além
disso, o Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém, em parceria
com a Uepa, abriu inscrições para o Programa de Residência Médica, oferecendo
quatro vagas em Cirurgia Geral, com duração de dois anos; cinco vagas para
Medicina de Família e Comunidade, com duração de dois anos, e duas vagas para
Ortopedia e Traumatologia, com duração de três anos. Os Programas acontecerão
no HRBA, administrado pela Organização Social Pró-Saúde, e na Rede Municipal de
Saúde.
Texto:
Roberta Vilanova-Sespa
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