Há quase dois anos fora do mercado de trabalho, Manoel Adalberto da Costa e Ednaldo Machado compartilham há três meses da mesma alegria. Eles foram contratados por uma construtora para trabalhar na obra de um hospital particular em Belém como pedreiros de acabamento. O emprego veio depois que ambos efetuaram um cadastro na Casa do Trabalhador, ponto de referência do Governo do Estado para quem está à procura de um novo emprego. “Eu sempre trabalhei fazendo bicos, mas chega um momento da sua vida que você precisa ter algo de concreto, certo todo mês. Por isso fui em busca de um novo trabalho, com tudo formalizado. Fiz o meu cadastro e consegui”, conta Manoel, que tem 42 anos e precisa sustentar a casa, onde vivem mais a esposa e o enteado.
Ednaldo, que também sobrevivia de bicos há anos, diz que se preocupava com os direitos trabalhistas, que são garantidos nos empregos formais. “Eu sempre trabalhei na construção civil. Fazia serviço de pedreiro, pintor, ferreiro, marceneiro. Mas eu percebi que precisava buscar uma coisa melhor para mim e minha família. Então eu fiz o meu cadastro na Casa do Trabalhador e logo fui chamado para trabalhar nessa obra”, revelou o pedreiro, enquanto rebocava uma das paredes do hospital.
Tanto Manoel como Ednaldo fazem parte de uma estatística crescente no Estado do Pará, a dos que são beneficiados com um novo emprego. Só na Casa do Trabalhador, que tem 52 postos de atendimento distribuídos em 47 municípios do Estado, incluída a matriz, no centro de Belém, foram mais de 20 mil pessoas efetivadas em algumas das empresas cadastradas. Os dados são referentes às contratações de janeiro a outubro deste ano. De acordo com a gerente da intermediação de mão de obra do órgão, Heliana Siqueira, os setores que mais ofertam vagas e contratam no Pará, por meio da Casa do Trabalhador, são o da Construção Civil, Comércio e Serviços.
“Temos empresas cadastradas de diversos setores na Casa do Trabalhador, mas as que mais ofertam vagas são as desses três segmentos. Um exemplo é o de uma grande multinacional que desde 2009 já contratou mais de 500 funcionários, todos cadastrados aqui conosco. Agora, essa mesma empresa vai levar para a fábrica dela, no Mato Grosso, cerca de 100 trabalhadores”, relata Heliana, que alerta para mais uma oportunidade oferecida aos paraenses por meio do programa “Mais Emprego”, do Governo Federal.
Ela explica que este programa disponibiliza um cadastro nacional de empresas que ofertam postos de trabalho. Estas empresas podem se interessar por trabalhadores de qualquer estado ou região do país. Para conseguir preencher tanto as vagas nacionais como as ofertadas no Pará, seja na Região Metropolitana ou no interior, é importante investir na qualificação. Essa é uma preocupação nacional, assegura a gerente. “Hoje a maioria dos postos de trabalho que ainda estão em aberto dependem de qualificação. Há casos que não temos certeza se o trabalhador conseguirá se firmar no cargo. Por isso oferecemos aqui cursos gratuitos em diversas instituições, que podem melhorar o desempenho dos nossos candidatos na hora de uma seleção nas empresas”, ressalta Heliana, que revela que o perfil da maioria dos candidatos cadastrados no Estado é de pessoas que concluíram apenas o Ensino Médio.
Além de investir na qualificação profissional, para se candidatar em uma vaga de emprego na Casa do Trabalhador é preciso ir a algum posto de atendimento do órgão munido de todos os documentos pessoais originais, currículo, certificados e diplomas (se houver). No espaço, o candidato terá um cadastro aberto e, conforme as suas aptidões e afinidades, será convocado para testes nas empresas que buscam o banco de currículos do órgão estadual.
A auxiliar administrativa Cristina Rocha, de 37 anos, passou por todos esses processos e está empregada há quatro meses em uma indústria de balanças na capital. “Eu estava desempregada havia seis meses, procurei muito uma vaga, entreguei currículos, mas só consegui algo de concreto depois que me cadastrei na Casa do Trabalhador. E não demorou muito depois que fiz esse cadastro. Passaram algumas semanas e logo fui chamada para fazer testes em várias empresas. Pude escolher aonde eu iria trabalhar”, comemora Cristina.
Geração de empregos
Pesquisa recente apresentada pelo Observatório do Trabalho do Estado - formado pela Secretaria de Emprego, Trabalho e Renda (Seter), e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos (Dieese) - mostra que nos últimos 12 meses a economia paraense teve bom desempenho com a geração de novos postos de trabalho. Foram feitas, em todo o Pará, 359.425 admissões contra 309.691 desligamentos - saldo positivo de 49.734 postos e crescimento de 7,77% na geração de empregos formais. Isso equivale a aproximadamente 50 mil novos empregos.
Nesse período, quase todos os setores econômicos do Estado também apresentaram saldos positivos de empregos formais. A exceção, mais uma vez, foi o setor serviços de indústria e utilidade pública, que perdeu 330 postos de trabalho. Já o setor que apresentou o melhor desempenho foi serviços, com 18.242 postos de trabalho. Em seguida, vieram o comércio (12.334 postos) e a construção civil (11.733 postos).
Texto:
Thiago Melo-Secom
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