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segunda-feira, maio 30, 2011

Delegado garante que não há relação entre homicídios em Nova Ipixuna

“Não há qualquer relação entre as mortes do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro Silva e Maria do Espírito Santo Silva e a do agricultor Eremilton Pereira dos Santos, em Nova Ipixuna”, afirmou o delegado geral adjunto da Polícia Civil, Rilmar Firmino de Sousa, na entrevista coletiva concedida nesta segunda-feira (30), na sede da Superintendência Regional do Sudeste Paraense, no município de Marabá.
O objetivo foi prestar esclarecimentos sobre os dois inquéritos instaurados para apurar os assassinatos. Além do delegado, participaram o diretor de Polícia do Interior, Sílvio Maués, e o delegado José Humberto de Melo Júnior, diretor da Delegacia de Conflitos Agrários (Deca), de Marabá, que estão à frente das investigações. Os delegados garantiram que não há qualquer indício de que o agricultor Eremilton teria testemunhado a morte do casal de extrativistas.
Um cunhado de Eremilton, em depoimento, contou ter ouvido uma conversa de outro agricultor da área, conhecido por “Grande”, de que dois homens em uma moto teriam parado na estrada principal do Assentamento na terça-feira passada (24). Um deles, sem tirar o capacete nem levantar a viseira peliculada, teria lhe pedido informações sobre a região. Depois, os dois seguiram viagem.
“A testemunha deixou claro que ouviu a informação sobre os motoqueiros de outro agricultor. Então, se os motoqueiros tivessem de matar alguém deveria ser o outro agricultor com quem conversaram na estrada, o que não ocorreu”, argumentou o delegado geral adjunto. “Para nós, é até uma falta de responsabilidade colocar palavras na boca da testemunha. Quem pode afirmar que os motoqueiros mataram o casal?”, questionou Rilmar Firmino de Sousa, ressaltando que o objetivo da Polícia Civil é esclarecer os homicídios.
O delegado disse que, no inquérito instaurado para apurar a morte do casal, foram realizados, por peritos do Centro de Perícias Científicas de Marabá, o levantamento no local do crime, a necropsia – que identifica oficialmente a causa das mortes - e o georreferenciamento, que mapeou a área.
A perícia no local do crime e o georreferenciamento também foram realizados no caso da morte do agricultor. O corpo de Eremilton foi necropsiado no domingo (29) no Centro de Perícias Científicas de Marabá. A  Polícia Civil, agora, aguarda o laudo.
Dificuldades - Ao avaliar como “complexas” as duas investigações, Rilmar Firmino ressaltou que há pontos que dificultam o trabalho policial. “Não há testemunhas oculares”, frisou. Sobre as mortes do casal, o delegado informou que a dificuldade maior é que a casa mais próxima do local do crime fica a 200 metros. “O morador mais próximo do local disse ter ouvido quatro disparos, mas não ouviu barulho de moto”, disse.
Para ele, não importa o tempo de duração do inquérito, desde que cada caso seja esclarecido totalmente. “O importante é que, no final das investigações, cheguemos aos autores da mortes dos ambientalistas”, acrescentou. Atualmente, segundo o delegado geral adjunto, há três linhas de investigação seguidas no inquérito da morte do casal, mas, para não prejudicar as investigações, prefere não divulgar detalhes. “Investigamos fatos e quem teria interesse em matar o casal”, informou.
Até o momento, 10 pessoas já foram ouvidas em depoimento no inquérito da morte dos extrativistas. Já no inquérito que apura a morte de Eremilton, cinco pessoas prestaram depoimentos em Nova Ipixuna.
Segundo o delegado Silvio Maués, a área do assentamento Praialta-Piranheira não registrava tensões no início de 2000, quando a localidade passou por um processo de desapropriação. O último homicídio registrado na região, antes dos três recentes, foi em 2009, envolvendo um posseiro.
Walrimar Santos – Polícia Civil

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