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sexta-feira, maio 27, 2011

Investigações do crime em Nova Ipixuna seguem com atenção redobrada

Polícia Militar fiscaliza estradas entre os
municípios de Marabá e Nova Ipixuna
Quatro dias depois do brutal assassinato de José Cláudio Silva e Maria do Espírito Santo Silva, ocorrido em Nova Ipixuna, no sudeste do Pará, as investigações avançam cautelosamente. A Secretaria de Segurança Pública montou um verdadeiro QG em Marabá, para elucidar o caso e encaminhar os suspeitos à Justiça o mais rápido possível, como garantiu o governador Simão Jatene.
A apuração dos crimes é coordenada pelo delegado-geral-adjunto, Rilmar Firmino, e se concentra atualmente no levantamento de informações preliminares que começaram a ser coletadas logo após os homicídios pelas equipes policiais que foram até Nova Ipixuna. Assentados e familiares das vítimas foram ouvidos, em conversas informais com a Polícia, e prestaram algumas informações sobre a rotina do casal de extrativistas.
Essas informações são importantes porque, a partir delas, será possível elencar o rol de pessoas a serem formalmente ouvidas na fase de depoimentos dentro do inquérito policial. A condução das audiências será presidida pelo delegado-geral-adjunto e pelo delegado José Humberto Melo Júnior, titular da Delegacia de Conflitos Agrários (Deca), em Marabá. O laudo com as conclusões dos peritos do Instituto Médico-Legal só será divulgado em 20 dias. Ontem, os peritos fizeram testes de balística e voltaram ao lugar do crime, no ramal que leva até o assentamento onde o casal morreu.
Local em que foram mortos os extrativistas José
Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo
Resposta rápida: O ouvidor agrário nacional, Gercino Filho, que esteve em Marabá dois dias após o crime, se mostrou satisfeito com a rápida resposta da Segurança Pública a um problema como esse, de repercussão internacional. “A presença das cúpulas da Polícia Civil e da Polícia Militar na área do duplo homicídio demonstra a preocupação do governo do Estado com a violência. Passa para nós uma impressão maravilhosa”, afirmou.
Acompanhado de José Elaeres e Claudio Rodrigues Braga, membros da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo, o ouvidor agrário confirmou uma reunião, na semana que vem, em Belém, para tratar da proteção a pessoas ameaçadas de morte, casos como o do extrativista Zé Cláudio, que denunciou publicamente essa condição, embora nunca tenha procurado oficialmente os órgãos do Estado para pedir proteção nem denunciar seus perseguidores.
“É preciso que os organismos que garantem essa proteção sejam informados diretamente sobre casos de ameaças de morte pelas pessoas que se sentem ameaçadas”, lembra Gercino Filho. “Só assim teremos condições de protegê-las”. Segundo ele, a Polícia Civil Agrária Pará está fazendo um “trabalho extraordinário”.
Até o final do mandato, o governador Simão Jatene deverá investir em segurança cerca de R$ 172 milhões, só na área de influência do projeto Belo Monte, conforme a Agenda Mínima divulgada no mês de março. Na região de Marabá e Nova Ipixuna, está prevista a instalação de um terminal aerofluvial, a compra de um helicóptero e reforço no contingente das duas polícias, a partir de concurso público a sxer marcado. Ao todo, a Secretaria de Segurança Pública (Segup) vai chamar mais de 1.500 aprovados nesse concurso, um terço deles para a Polícia Civil.
Paulo Silber – Secom

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