A rede coletora de esgotos da ilha de Mosqueiro está sendo recuperada.O trabalho emergencial de desosbstrução dos trechos de rede coletora de esgoto da orla começou nesta segunda-feira,16.
O serviço está sendo executado pela Prefeitura Municipal de Belém, por meio do Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Belém - Saaeb.
O trabalho está sendo feito com a utilização de um caminhão hidrojato e também por pistoneamento manual, com dragas nos poços de visitas - PVS. Inicialmente, segundo técnicos do Saaeb, estão sendo avaliadas as condições do sistema de esgoto na Avenida Beira Rio, entre as praias do Farol e Chapéu Virado. Os serviços vão ser estendidos e intensificados nos meses de junho e julho, em função da chegada das férias escolares.
Segundo o diretor do Departamento de Projetos e Obras do Saaeb, Luiz Francisco Lima Felgueiras, serão desosbstruídos em torno de mil metros de coletores e conforme a necessidade, os serviços serão ampliados. Ele explicou que as etapas iniciadas vão envolver, também, os trechos que compreendem as bacias onde se localizam as elevatórias de esgoto bruto na Prainha e Praia Grande. "Esse trabalho emergencial é em função de que o sistema não está funcionando com eficiência, ou seja, não está cumprindo o objetivo de coletar o esgoto produzido pelas residências. Está tudo entupido", disse.
Segundo o diretor do Saaeb, as dragas manuais estão retirando areia e outros resíduos dos PVS para a desobstrução dos mesmos e a verificação das condições da rede coletora. Em seguida entra em ação o caminhão hidrojato, cuja mangueira de pressão é introduzida nas tubulações, injetando água com alta pressão para a desobstrução. "Esse processo será executado em todo o sistema, no sentido inverso ao escoamento normal do fluxo de esgoto dentro das tubulações, até atingir as elevatórias de esgoto bruto e chegar à estação de tratamento", disse. De acordo com Luiz Francisco, o serviço iniciado é de manutenção corretiva, mas terá que ser contínuo.
Outro detalhe abordado por Luiz Francisco diz respeito à poluição das praias de Mosqueiro . Ele deixou claro que o esgoto que está sendo trabalhado não está sendo jogado na praia e explicou que a rede não está sendo bem conduzida, até chegar nas estações de tratamento. "São situações eventuais, o esgoto se perde em córregos, se perde nas próprias redes coletoras, mas não está vindo para a praia", disse. Para ele, o maior problema da balneabilidade das praias de Mosqueiro é causado pelo esgoto produzido na cidade de Belém, que não tem um sistema de tratamento.
Luiz Francisco disse que todo o esgoto produzido e coletado é lançado nos canais, riachos e córregos de dentro da cidade e que são lançados no rio. Com a corrente fluvial, em determinados períodos do ano, vai no sentido da baia do Marajó e depois para o oceano. Mas, numa parte do ano, em função da lua essa corrente fluvial joga todo o esgoto produzido na cidade de Belém para as praias próximas, causando os impactos ambientais e prejudicando a balneabilidade das praias.
Na avaliação de Luiz Francisco, os moradores de Mosqueiro contribuem bastante para isso porque muitos não sabem usar o esgoto."É natural que em algumas situações venham a ver alguma tampa de esgoto quebrada, por caminhões, carros pesados e até por vandalismo. Mas jogam qualquer objeto dentro dos bueiros como se fosse lata de lixo e isso é um problema muito sério",afirma.
As ações de emergência em Mosqueiro vão ter ainda o conserto e a reposição de tampas de PVS quebradas ou mesmo PVS sem tampa, além da limpeza em volta das áreas.
Texto: Gilson Faria
Edição: Comus
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