Marabá terá, dentro de oito meses, todas as condições necessárias para fazer cirurgias cardíacas de alta complexidade. A garantia, dada pelo governador Simão Jatene durante visita ao Hospital Regional do Sudeste (HRS), foi recebida com euforia por médicos, servidores, autoridades e lideranças locais, que acompanharam a visita na manhã desta terça-feira (30), no primeiro dia do governo itinerante no município.
Levar para a rotina do hospital uma das mais delicadas intervenções médicas, a operação torácica, só será possível com a instalação do setor de hemodinâmica, prevista no projeto de ampliação do HRS. As obras foram autorizadas pelo governador, diante do corpo clínico e dos servidores. Significam a inclusão do hospital no importante grupo de instituições que se dedicam a combater as doenças que mais matam no Brasil, que são as cardiovasculares.
“É uma alegria estar de volta a Marabá, visitar este hospital e lembrar que, quando dissemos que faríamos cinco grandes hospitais regionais, algumas pessoas falaram que era uma loucura, que não teríamos nenhuma chance. Mas o tempo mostrou que quando se tem humildade para ouvir e coragem para ousar, se vê que é possível”, ressaltou o governador.
A ampliação, incluída na Agenda Mínima, custará cerca de R$ 12 milhões, será concluída no primeiro semestre de 2012 e, além da viabilizar a hemodinâmica (conjunto de procedimentos para diagnóstico e tratamento de cardiopatias), aumentará o número de leitos, inclusive da UTI (Unidade de Terapia Intensiva), implantará um bloco de hemodiálise e possibilitará a reestruturação da área de apoio logístico, que inclui lavanderia, almoxarifado, nutrição, dietética e manutenção.
O projeto, apresentado pelo diretor do hospital, Otávio Lobo, entusiasmou o governador. “Estamos conseguindo aglutinar um conjunto de cérebros em benefício do serviço público. Isso é a prova de que é possível ter uma saúde pública de qualidade", acentuou. “Este é o único sentido do poder. É o poder para fazer - diferente do poder para ter, ou para ser, como desejam aqueles que não têm compromisso com a sociedade e nem com a História", reiterou Jatene.
Projeto inteligente - A reforma e ampliação do Hospital Regional de Marabá têm um projeto inteligente. Transfere toda a área de apoio logístico, que hoje se situa entre os diversos setores do prédio, para uma área livre externa, de cerca de 1.100 metros quadrados. O local antes ocupado por estes serviços será adaptado para as novas áreas.
A UTI passará de nove para 15 leitos, enquanto a capacidade de internação sairá de 105 para 139 leitos. O bloco de hemodiálise será implantado com 10 máquinas. Outros serviços, como Ginecologia e Obstetrícia, Maxilobucofacial, Otorrinolaringologia, Oftalmologia, Endocrinologia, Artroscopia e Mamografia serão implantados ou ampliados.
Manter uma área de hemodinâmica e realizar cirurgias em Marabá representa uma conquista para quase um milhão de pessoas, que é a soma das populações dos 21 municípios que compõem a 11ª Regional de Saúde da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O avanço será crucial para pacientes com doença cardiovascular, que precisam de pronto atendimento, numa UTI equipada, e ainda de bloco cirúrgico apropriado, equipe médica multidisciplinar e exames de ponta, e tudo isso sem ser obrigado a percorrer grandes distâncias.
Mais segurança - Além do tratamento de emergência, o Hospital Regional terá condições, após a reforma e ampliação, de seguir à risca, com total segurança, todos os passos do tratamento para cardiopatas: diagnóstico, avaliação minuciosa, exame físico, exames complementares, cirurgia segura e pós-cirurgia adequada. Entre os resultados esperados estão maior resolutividade (opinião dos pacientes) e qualidade no atendimento, critérios observados na acreditação nível 1, uma certificação da qualidade dos serviços de saúde, que deverá ser feita em breve pela Organização Nacional de Acreditação (ONA).
Ao final da visita ao Hospital, Simão Jatene aproveitou para falar especificamente com os servidores, lembrando que ele próprio tem mais de 40 anos de serviço público. "De todos os remédios que existem, há um que é imbatível: o amor. E o amor, associado à ciência, à prestação do serviço de forma responsável, é uma missão da qual o servidor não pode abrir mão", finalizou.
Paulo Sílber - Secom
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