Nos 30 anos de instituição do Dia Internacional do Combate à Violência contra as Mulheres, em 25 de novembro, Belém recebe a campanha “Quem ama abraça”. A cidade das mangueiras figura entre as cinco capitais escolhidas para sediar o projeto, que pela primeira vez ocorre no Brasil. Por apresentarem grandes índices de violência contra a mulher, Rio de Janeiro, Vitória, Natal e Curitiba também realizam a campanha.
A ação visa distribuir materiais informativos pela cidade e divulgar canais de denúncias e também marca a comemoração pelos 20 anos dos “16 dias de ativismo no Combate à Violência contra as Mulheres”. A atividade, que ressalta a importância das denúncias e das ações preventivas, é promovida pela Rede de Desenvolvimento Humano (Redh), em parceria com o Instituto Magna Mater e a Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (Spm/PR). No Pará, o projeto é apoiado e organizado pela Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh).
Dados da Polícia Civil do Estado apontam que, no período de janeiro a outubro deste ano, a Delegacia da Mulher realizou 5.508 atendimentos em Belém. Entretanto, as assistências não se limitam às delegacias especiais. Com serviços de psicologia, enfermagem, terapia ocupacional e assistência social, os centros “Maria do Pará” ajudam a mulher a sair da situação de violência e aumentar a autoestima.
Para a integrante da Coordenadoria de Promoção dos Direitos da Mulher (CPDM), Rosana Moraes, as articulações feitas pela Sejudh são essenciais para a execução dos trabalhos em prol das vítimas. “Considerando os altos índices de violência divulgados pela SPM, notamos que o Pará estava entre os mais violentos. E, por articular trabalhos voltados para mulheres, a CPDM entrou nessa campanha. Desde 2007 o estado aderiu ao Pacto Nacional e realiza ações, distribui materiais informativos, capacita agentes e equipa serviços. Nessa campanha mundial, vamos realizar palestras e dar foco na prevenção”, explica.
A Psicóloga Vaneuza Marques integra a equipe multidisciplinar do “Maria do Pará” de Belém. Desde 2008, a servidora trabalha no centro que recupera vidas. “Nosso principal objetivo é empoderar a mulher, trabalhar a autoestima para que ela se sinta apoiada pelo centro, e estimulada a romper com a situação de violência. Garantimos o suporte emocional, e é por isso que, com o atendimento, a mulher busca independência financeira e emocional”, explica.
A bacharel em direito, M.A, de 43 anos, procurou o “Maria do Pará” em novembro do ano passado por sofrer agressões psicológicas do ex-marido. “Quando procurei o centro, eu estava muito deprimida. Só quem vive a situação sabe o quanto é difícil superar. Mas tive o maior apoio, eles (integrantes da equipe mutidisciplinar) desenvolvem um trabalho muito importante, tratam a gente com carinho e sabem ouvir. Graças à ajuda deles eu saí de lá uma outra pessoa”, confessa.
No estado existem 11 Centros de Referência de Atendimento à Mulher em situação de violência. Os municípios de Abaetetuba, Ananindeua, Belém, Breves, Capanema, Itaituba, Jacundá, Parauapebas, Santarém, Tucuruí e Xinguara já possuem serviços especializados. Além disso, o Pará conta com 12 Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deam); 4 Casas-abrigo; e duas Promotorias de Justiça de Violência Doméstica e Familiar.
No Aeroporto Internacional de Belém, a Sejudh possui um Posto de Orientação e Atendimento à pessoa em trânsito para o Suriname e Guiana Francesa. Além disso, o estado possui um Núcleo Especializado de Atendimento à Mulher (Naem). Para obter maiores informações sobre este e outros serviços da Rede estadual de atendimento à mulher, basta entrar em contato com a CPDM: (91) 4009 – 2725 ou (91) 4009 – 2718.
Ellyson Ramos – Ascom Sejudh
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