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terça-feira, agosto 02, 2011

Educadores discutem estratégias para ensino em unidades penais

Com o intuito de garantir uma educação transformadora nos presídios da Região Metropolitana de Belém, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) iniciou nesta segunda-feira, 1° de agosto, o curso de formação continuada de servidores com o tema “Estratégias para o desenvolvimento do trabalho pedagógico, considerando aspectos, particularidades e experiências de sucesso na educação de jovens e adultos privados de liberdade”. A programação acontece na Escola de Governo do Estado do Pará (EGPA), voltada a  130 educadores, técnicos pedagógicos e administrativos que atuam no convênio entre a Rede Estadual de Ensino e a Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe).
Com o curso os servidores poderão conhecer e assimilar conceitos e práticas que auxiliem na execução das ações pedagógicas, além de identificar os elementos necessários ao bom desempenho das atividades no interior das unidades penitenciárias. No primeiro dia do encontro, os educadores debateram as “Estratégias para o desenvolvimento e trabalho coletivo, considerando as questões de relacionamento, ética e motivação”, em palestra ministrada pelo professor Augusto Menezes, assessor de Planejamento da Seduc.
Para o professor José Cruz, que leciona no Complexo de Americano, esta oportunidade é de extrema importância, pois desenvolve a formação docente para a educação carcerária. “Nós somos carentes dessa formação. A educação básica nas escolas já vem de milênios, mas a educação carcerária ainda é nova. Não temos a vivência nesse segmento da educação, que é especial, pois há uma peculiaridade no trato com as pessoas, visto que estes jovens e adultos estão fora da sua faixa etária de ensino. Muitos nunca nem sentaram numa cadeira de escola. Há presos com 60 anos e que só agora estão se alfabetizando”.
Dessa forma, os profissionais aprendem a conduzir melhor a formação de jovens e adultos privados do convívio social, garantindo a esses indivíduos, quando estiverem em liberdade, que tenham mais oportunidades de se reintegrar ao mercado de trabalho e à sociedade. “Como se sabe, a educação promove o resgate do ser humano. Muitos terminaram o Ensino Médio e vão prestar vestibular,  isso comprova que aprender não tem nada a ver com a idade, basta querer”, comemora Cruz.
A última formação promovida pelo Estado foi em 2006. “De lá para cá, não tivemos mais cursos de formação, então é uma oportunidade de reciclar os antigos profissionais e garantir uma formação para os servidores que entraram depois desse período, inovando sobre as formas de lecionar, medidas éticas, segurança e saúde”, enfatiza o coordenador em exercício da Educação para Jovens e Adultos (EJA) da Secretaria de Estado de Educação, Luiz Carlos Leão.
Na quarta-feira o tema abordado será saúde, com a palestra: Doenças no cárcere: prevenção, formas de contágio e tratamento. “Essa atividade procura instruir os servidores a receber o aluno que está com endemia, pois muitas vezes ele pode estar doente e nem sabe. Com isso, o educador poderá identificar qualquer suspeita de doença e avaliar se há risco de contágio, encaminhando o paciente para atendimento médico nas unidades”, explica Luiz Carlos Leão, que também é coordenador do convênio Seduc/Susipe.
O curso de formação prossegue até esta sexta-feira, 5, período em que ainda serão abordados temas como a segurança em ambiente prisional e a garantia da efetivação da educação básica e da educação profissional no cárcere.
Elyne Santiago - Ascom/Seduc

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