Criar uma cultura de troca de informações entre os produtores de ciência, tecnologia e inovação do Estado. Esse é o principal objetivo do Sistema Paraense de Inovação (SIP), um modelo de governança que reúne o setor empresarial e instituições de ensino e pesquisa para elaboração conjunta de propostas de políticas públicas e alternativas para o desenvolvimento e produção nas áreas de tecnologia, inovação e ciência no Estado.
A ideia é que existam dois fóruns, um empresarial e outro reunindo universidades e institutos de pesquisa, ambos mensais. A divisão se deve à natureza de cada setor. No entanto, a partir desses fóruns serão criados diferentes Grupos de Trabalho, onde os três setores poderão atuar em questões mais específicas, de acordo com os campos de atuação, como alimentos, software e dermocosméticos, entre outros.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Pará, Alex Fiúza, destacou a importância do SIP para estabelecer uma interação e articulação entre os setores. “A iniciativa do Fórum é criar um espaço permanente de diálogo, uma agenda de interlocução positiva, para que cada setor possa expor suas expectativas e entraves quanto à cultura de inovação no Estado. Se não houver uma mudança encabeçada pelo próprio Estado, não haverá transformação”, conclui.
As primeiras reuniões já mostraram que a iniciativa tem tudo para dar certo. Durante dois dias empresários e representantes de universidades e institutos de pesquisa estiveram reunidos para dar início ao SPI e discutir a metodologia desses encontros. No primeiro dia, os empresários mencionaram a falta de conhecimento sobre o que é produzido pelos setores no Estado, como laboratórios, institutos e produções. “Temos que fazer um levantamento não somente das dificuldades, mas também do que já está sendo produzido, uma vez que esse próprio conhecimento pode ajudar a superar essas dificuldades. Talvez a falta de informação entre os setores seja o maior dos entraves”, comentou Rosângela Goulart, representante da Alunorte.
"A Secretaria está de parabéns pela rapidez com que conseguiu sistematizar e organizar o Sistema Paraense de Inovação”, elogiou a Reitora da Universidade Estadual do Pará, Marília Xavier, ao ressaltar que até mesmo dentro das próprias instituições existe a falta de articulação e de conhecimento integrado.
No segundo dia foi a vez de reunir as instituições, cujas dificuldades passam pela impossibilidade de contratação ou pela ausência de laboratórios e verbas para pesquisa. "Os empresários precisam do conhecimento e de resultados de pesquisas desenvolvidas pelas instituições. Por que não unir esses dois interesses para que um ajude a solucionar a barreira do outro? Esse é o objetivo e desafio do SIP", lembrou Alex Fiuza.
As pautas a serem discutidas nos fóruns serão sempre escolhidas na reunião anterior e discutidas no fórum seguinte. A pauta selecionada pelo Fórum Empresarial foi sobre a informação e disseminação de CT&I no Pará. Já as universidades e institutos de pesquisa optaram por discutir as estratégias de financiamentos pelo Estado. O próximo encontro do SIP já está marcado para o fim do mês de setembro.
Raphael Freire – Ascom/Secti
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