Enfrentar a violência e a criminalidade na Região Metropolitana de Belém, combatendo o tráfico de drogas em eventos noturnos e a presença de crianças e adolescentes em situação de risco foi o mote de uma operação integrada, que reuniu equipes de diversos órgãos do Sistema de Segurança Pública do Pará, durante a madrugada desta terça-feira (9), em uma casa de shows no bairro do Una, em Belém. No entorno, a operação ainda realizou fiscalização de carros e motos e de vendas ilegais de bebidas alcoólicas.
Foram apreendidas cinco petecas de cocaína e um foragido do Sistema Penal foi recapturado. Cléverson Oliveira dos Santos foi reconhecido por agentes da Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe). De acordo com o diretor da Susipe, Aldemar Cardoso, Cléverson, que cumpria regime semiaberto, estava foragido há cinco meses. “Quem cumpre a pena no ‘albegardo’ sabe que tem um horário certo para se recolher. Esse rapaz estava foragido desde março”, explicou o diretor.
Uma pessoa foi atuada no Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) pelo uso de drogas e cinco homens foram detidos, sob a suspeita de praticarem roubos naquela madrugada nos bairros do Marco e da Pedreira. Equipes do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e da Companhia de Transportes de Belém (Ctbel) registraram 18 infrações e apreenderam seis veículos. “É justamente para essas identificações que funcionam as barreiras feitas no entorno. Recebemos várias denúncias de cinco homens em um modelo Siena de cor cinza que haviam efetuado vários assaltos. Ao passarem por uma das barreiras eles foram reconhecidos”, explicou o major Mauro Sérgio.
Agentes da Secretaria Municipal de Economia (Secon) apreenderam cerca de 80 garrafas de bebidas alcoólicas ilegais. “Segundo a lei que regulamenta o comércio informal, é proibida a venda de bebidas em vias públicas. Por várias vezes já havíamos tentado operar essas apreensões. Esse reforço de segurança com essa integração das ações era o que estávamos precisando”, disse a coordenadora operacional da ordem pública, Celina Brito.
A equipe da Dema (Divisão Especializada em Meio Ambiente) também constatou a poluição sonora, acima de 75 decibéis. “O dono do som da festa e da casa de shows foram intimados a prestarem esclarecimentos”, informou o delegado Antônio Duarte. Para ele, o saldo foi positivo. “A avaliação é a melhor possível. Temos o apoio daqueles de bom caráter que vão se divertir. Já foi comprovado que é grande o consumo de entorpecentes nessas festas, é o que o resultado cada vez mais nos mostra”, ressaltou.
Essa foi a segunda grande operação integrada em festas noturnas com grande aglomeração de pessoas. A primeira foi realizada no final de junho e teve a apreensão de 150 papelotes de cocaína e seis veículos, além de 19 pessoas presas. “Não serão somente essas duas. Essas operações, com o esforço conjunto de todos nossos parceiros, vão ser constantes”, garante o delegado Duarte.
Integração
Organizada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), a operação contou com o efetivo de 300 participantes, entre Polícia Militar (Comando de Policiamento da Capital e Comando de Missões Especiais), Polícia Civil (Diretoria de Polícia Especializada, Divisão de repressão ao Crime Organizado, Delegacia de Repressão a Entorpecentes e Delegacia de Repressão a Furtos de Veículos Automotores), Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), Corpo de Bombeiros, Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Companhia de Transportes de Belém (Ctbel), Guarda Municipal, da Secretaria Municipal de Economia (Secom) e Centro de Perícias Científicas Renato Chaves.
De acordo com o tenente coronel Sandoval Bittencourt, o objetivo principal das operações não é parar a festa, mas sim prover a segurança daqueles que vão para se divertir conscientemente. “Nossa ação não é para impedir diversão, mas sim para contribuir com ela e melhorar a segurança daquelas pessoas que procuram essa forma de diversão”, enfatiza Bittencourt.
“A operação tem uma ação ampla, tanto na área externa, fiscalizando veículos, pessoas, venda de artigos ilegais, como também dentro do estabelecimento, na busca do consumo de entorpecentes, tirando criança e adolescentes de situações de risco, checando a situação que se encontra aquele público, se ele está exposto a algum risco”, explica o tenente coronel.
Para Bittencourt, além de levar segurança, as ações também refletem no fortalecimento dos diversos órgãos de segurança. “Trabalhando em conjunto, cada órgão conhece o trabalho do outro e aprende a trabalhar junto, produzindo melhor e tornando as ações de segurança mais eficientes no nosso Estado”, afirma.
Amanda Engelke - Secom
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