Não houve nenhuma irregularidade no caso da mulher que passou a madrugada da última sexta-feira (5), com a filha de 10 meses, na delegacia do município de Curralinho, no Arquipélago do Marajó. A constatação foi feita pela promotora de Justiça titular da cidade, Marilucia Sales, que esteve no local pela manhã, ouvindo relatos da mulher, Waldenize Sabrina Silva Vilhena, de 21 anos, autuada em flagrante por lesão corporal, após agredir uma adolescente.
Segundo a titular do Ministério Público, todos os direitos da criança foram resguardados. “Quando cheguei à delegacia, ela estava no gabinete do delegado. Apesar de ser um local improvisado, cumpria todas as condições adequadas para que a criança fosse alimentada, segundo o próprio relato da mãe, em local separado para higiene e alimentação. Em nenhum momento ela me relatou que a criança tivesse sido impedida de deixar o local. Consciente do crime que cometeu, foi ela mesma quem solicitou a presença da filha, para que fosse dada sua alimentação. Este é um direito da criança”, enfatizou a promotora.
De acordo com o delegado Geral de Polícia Civil, Nilton Ataíde, a mãe e a criança permaneceram no local até que a acusada fosse transferida para o Centro de Reabilitação Feminina, em Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém. De Curralinho até a capital, são em média 12 horas de viagem, podendo chegar até 18 horas. “Esse transporte é feito por um barco de linha, que tem lotações e horários determinados. Por isso ela permaneceu no local sendo alimentada pela mãe, até que fosse transferida. Nem a mãe, e muito menos a criança, ficaram em cela. A lei não apenas autoriza, como determina esse direito”, explicou o delegado.
A promotora informou, ainda na sexta-feira, que a mãe foi encaminhada para Belém, junto com a filha. “O que o Conselho Tutelar me repassou é que a família do pai alegou não ter condições de ficar com a criança. Então, ela seguiu para Belém com a mãe, que mora no local, acompanhada por um representante do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, para ficar com familiares da mãe”, ressaltou.
Segundo o delegado geral, a mãe da criança cumpre prisão preventiva pelo crime de lesão corporal grave e deve permanecer no Centro de Reabilitação até o julgamento. “Todos os direitos serão garantidos”, afirmou ele.
A adolescente teve o rosto golpeado pela acusada, e segundo informações obtidas pela Polícia Civil, está internada no município de Breves, também no Marajó, em estado grave.
Amanda Engelke - Secom
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