Com uma programação que reuniu exposição de fotos, exibição de filmes e depoimentos de mães em fase de amamentação, a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) encerrou, nesta sexta-feira, 5, no Espaço Municipal Cinema Olympia, em Belém, a Semana Mundial de Aleitamento Materno, cujo tema deste ano, “Amamentação em 3D”, associou as redes sociais na disseminação de informações como parte essencial na proteção, promoção e apoio ao leite materno.
“Com o advento do Orkut, Facebook, Youtube e Twitter, é notório que esses instrumentos de comunicação sejam também utilizados para ampliar nossos conhecimentos e na difusão dessas informações, aliados às orientações que o Sistema Único de Saúde dispensa, pessoalmente, às mães desde o pré-natal até a efetiva amamentação recomendada até aos dois anos da criança”, afirma Ana Cristina Guzzo, coordenadora estadual de Saúde da Criança.
A Semana de Aleitamento Materno realizada pela Sespa envolveu um concurso, em que as participantes puderam enviar textos, fotos e vídeos relatando histórias pessoais associando a importância da amamentação com o desenvolvimento da criança.
A primeira classificada do certame, a dona de casa Vanessa Azevedo, com a filha Brenda, de um ano, recebeu o certificado das mãos do secretário de Estado de Saúde, Helio Franco. Na ocasião, relatou na redação publicada em jornais de Belém as dificuldades que encontrou há 11 anos, quando engravidou pela primeira vez e não pode amamentar o primeiro filho.
“Isso foi um estímulo para que pudesse ficar mais esclarecida na segunda gravidez. Graças a Deus Brenda foi amamentada e não caí nessa conversa de leite fraco. Geralmente a família acha que toda mãe tem esse problema, mas fui resistente e até hoje dou peito pra Brenda. Ela tem só um ano, mas aparenta ter, pelo menos, uns seis meses a mais”.
Destacada pra dar palestras durante a Semana de Aleitamento em Belém, a consultora em Pediatria do Ministério da Saúde (MS), Keiko Teruya, diz que apesar do aleitamento materno ser um ato natural, é preciso que a mulher receba apoio de todos. “As mulheres não são orientadas sobre como viabilizar a amamentação e não conhecem os seus direitos. Por isso param de amamentar quando voltam a trabalhar”, diz a médica.
Apesar do tempo médio do período de aleitamento materno no País ter aumentado um mês e meio, de 1999 a 2008, o Brasil ainda está em um patamar baixo. “A Organização Mundial de Saúde considera como ideal que 90% a 100% das crianças menores de 6 meses tenham no aleitamento materno um alimento exclusivo. No Brasil, esse índice é de 41%.
A cerimônia de encerramento da Semana de Aleitamento também contou com a exibição de um filme produzido a partir de fotos e vídeos das mães que participaram do concurso promovido pela Sespa, que incluiu ainda exibição de páginas da internet em que o leite materno está sempre em evidência. No hall de entrada do Cinema Olympia foi montado um mural de fotos de mães que frequentam o Espaço Ishtar, organização que é empenhada na campanha permamente pelo aleitamento.
A programação de filmes no Cinema Olympia também foi selada por um convênio entre a Sespa e a Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), que dará origem ao projeto “Sessão Mamãe”, pelo qual a cada 30 dias a administração do Olympia exibirá sessões exclusivas para mães em fase de amamentação. “Será um prazer contar com esse público, já que o cinema foi mantido justamente com esse propósito. E nas sessões háverá todo um trabalho especial para receber os bebês, que vai desde o ar condicionado mais fraco até o som mais baixo”, explica a gerente do espaço, Nazaré Moraes.
Após a celebração da parceria com a Fumbel, o secretário de Saúde do Estado, Helio Franco, lembrou que mães que produzem leite em excesso podem ajudar bebês que necessitam ser amamentados e contribuir com as ações do Banco de Leite da Santa Casa, que tem tido o apoio do projeto “Bombeiros da Vida”, do Corpo de Bombeiros do Estado. “Na Santa Casa, há 17 militares e seis voluntários trabalhando na busca pela captação do leite materno nas casas”, explica. Para tanto, as mães potencialmente doadoras e que não estejam tomando nenhum tipo de medicação devem ligar para os números 0800 7272 057 ou 4009-2212.
Mozart Lira - Ascom/Sespa
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