Tendo em vista a carência de materiais didáticos para o Ensino Médio e Fundamental que possam fazer jus a legislação nacional (Lei 11645/2008), referente à obrigatoriedade do ensino de História Afro-Indígena no Brasil, será lançado nesta sexta-feira, às 19h, no Teatro Gasômetro, o livro "Povos Indígenas e Afro-Brasileiros: Um Estudo da Diversidade no Brasil". Durante o evento haverá declamação de poemas por Tchello d’ Barros e Apolo de Caratateua.
A publicação tem assinatura de três escritores: os professores Paulo Sérgio Braga, Creusa Barbosa Santos e Rildo Ferreira da Costa. O trabalho teve início em março deste ano, com base nas dissertações e pesquisa dos professores envolvidos no projeto. São fotos, textos, gráficos e citações de diversos autores que desmistificam a cultura afirmativa sob a ótica dominante, observada nos livros de História até meados dos anos 80.
“O livro é destinado à juventude, aos estudantes, com uso multidisciplinar, podendo ser utilizado em sala de aula nas disciplinas de História, Geografia, Artes, Literatura e Língua Portuguesa, entre outras áreas afins”, afirma o pesquisador Paulo Sérgio Braga. A publicação tem como objetivo a inserção no currículo das séries finais do ensino fundamental para o ensino médio. No conteúdo, os assuntos são abordados dentro de uma dimensão nacional, mas com as lentes voltadas para as questões relativas à Amazônia.
A visualidade também tem como proposta o didático, o educacional, com a preocupação de tornar a leitura mais leve, apoiada nas ilustrações de Anderson Pinto e fotos de Miguel Chicaoka, Thello d’Barros, Tamara Saré, Marina Sampaio, Andreza Lima, Paulo Santana e Milena Freitas.
Na primeira unidade, com base na Arqueologia, os autores buscam desfazer a ideia de que o Brasil estava habitado por selvagens antes da colonização portuguesa, tendo como principais exemplos as culturas marajoara e tapajônica. Na segunda, procuram desmistificar o discurso de generalização do termo índio, mostrando a variedade cultural e étnica que marca a sua história. Neste caso, além dos antigos tupis-guaranis, utilizam exemplos de diversos povos indígenas da Amazônia atual. Também estudam a resistência nativa ao projeto de colonização; assunto pouco difundido nos livros didáticos.
Na terceira unidade, os trabalhos se voltam para a história da população negra no Brasil, pontuando sua trajetória nos estados do Pará, Maranhão, Amazonas e Amapá. Paralelamente, são apontados leis, decretos, pareceres e resoluções que regulam a educação para relações multirraciais. Na quarta e última unidade, são analisadas as influências teóricas e as práticas discriminatórias relacionadas às populações afro-descendentes no Brasil, por meio de ferramentas pedagógicas que possibilitam compreendê-las de maneira crítica. "Povos Indígenas e Afro-Brasileiros: Um Estudo da Diversidade no Brasil" é uma publicação da Editora Samauma, com apoio da Secretaria de Estado de Cultura – Secult.
Serviço
Lançamento do livro ‘Povos Indígenas e Afro-Brasileiros: Um Estudo da Diversidade no Brasil’. De Paulo Sérgio Braga, Creusa Santos e Rildo Ferreira. Ed. Samauma. 128p. 25 de novembro (quarta). Teatro Estação Gasômetro. 19h.
Augusto Pacheco - Ascom Secult
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