O alto índice de moradores de rua nos bairros que concentram o maior número de atrativos turísticos de Belém foi o tema de reunião ocorrida na manhã desta terça-feira (22), na Companhia Paraense de Turismo (Paratur). Mais de 20 entidades, órgãos públicos, empresas e profissionais de áreas diversas discutiram principalmente estratégias que possam amenizar o problema no entorno da praça Magalhães, área próximo ao galpão da Companhia Docas do Pará (CDP) onde diariamente centenas de turistas embarcam ou desembarcam para o Marajó.
O presidente da Paratur, Adenauer Góes, relatou que funcionários da Paratur e também muitos turistas já foram alvos de agressão física, assaltos e até assassinatos nas proximidades do local. Para ele, o “conforto” que é garantido aos dependentes químicos e de álcool, que dormem em colchões nos coretos, recebem alimentos de doadores diversos e usam água do sistema público para cozinhar e tomar banho ao ar livre dificulta o afastamento deles do local. A preocupação é com a criminalidade, que coloca em risco toda a sociedade e prejudica o turismo.
O empresário Alberto Farid relatou que o African Bar, que voltou a funcionar há três meses, ficou fechado por vários anos por questões também de segurança. “Todos os dias tem assalto ali. Eles estão à vontade para usar drogas”, disse. A coordenadora da Proteção Social de Média Complexidade da Fundação Papa João XXIII (Funpapa), Andréa Alves, explicou que o problema é de fato muito grave e precisa da união de todos, porque nem sempre os moradores querem deixar as ruas.
“Temos a Casa Abrigo Para Moradores de Rua (Camar), que estava em reforma, mas vai ser reaberta quinta-feira (1º de dezembro). Lá não tem álcool e drogas. Por isso ele não quer ir”, relatou ela, sobre a dificuldade de convencer os moradores de rua a receber atendimento nos abrigos. Andréa elogiou o Programa Educacional de Resistência às Drogas (Proerd), que ela denominou de “uma resposta positiva da Polícia Militar aos que atuam na área da assistência social”.
Entre as propostas apresentadas está a revitalização da praça Magalhães a partir do projeto Padrinhos do Verde, da Prefeitura de Belém, que incluiria melhorias na iluminação do local. Também devem ser feitas incursões para que a sociedade deixe de fornecer alimentos, roupas e outros objetos aos moradores de rua, pois isso fortalece a zona de conforto dos mesmos e impede a procura deles pelos abrigos e espaços de tratamento.
Benigna Soares – Paratur
Nenhum comentário:
Postar um comentário