A
organização das cadeias produtivas da agricultura familiar, a qualidade e
oferta dos produtos regionais foram discutidos nesta terça-feira (8) na
Secretaria de Estado de Agricultura (Sagri). O governo do Estado quer incluir
os órgãos de pesquisa nesse trabalho que atende o setor da gastronomia,
empenhado em manter as peculiaridades e o rico sabor da culinária paraense.
Marcos
Oliveira e Ítalo Ludke, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa), questionaram sobre o processo de padronização dos alimentos
derivados da mandioca, do jambu e pimenta-de-cheiro. Esses produtos despertam
maior interesse dos donos de restaurantes que participam do Festival
Gastronômico Ver-o-Peso da Cozinha Paraense. Foi deles a iniciativa de propor à
Sagri o engajamento do setor no trabalho de incentivo ao aumento da produção e
qualidade dos produtos regionais.
“Os chefs de cozinha que vêm de fora gostam dos nossos
produtos, mas encontram dificuldade para adquiri-los por falta de regularidade
na produção. O Paraná, por exemplo, compra cupuaçu da Bahia”, informou a
secretária adjunta da Sagri, Eliana Zacca. Segundo ela, a organização e a
capacitação dos agricultores familiares são a base para o desenvolvimento das
cadeias produtivas.
O
gerente de Inspeção Vegetal da Adepará, José Severino Silvio, destacou a
importância da pesquisa no trabalho de padronização dos produtos regionais,
“porque é o norte de todo esse trabalho”. José Severino informou que o tucupi,
a farinha e a fécula de mandioca já têm padrão de identidade e qualidade
estabelecido pela Adepará. O estudo sobre a maniva cozida está em fase de
conclusão na Universidade Federal do Pará (UFPA).
Esses
produtos são comercializados nos supermercados e feiras livres, por mais de 15
empresas cadastradas na agência, mas não estão de acordo com a legislação
sanitária vigente. Essas empresas terão 120 dias para se enquadrarem na lei,
caso contrário, serão impedidas de continuar vendendo os produtos. “O
Ministério Público é nosso aliado no trabalho de fiscalização”, concluiu José
Severino.
Na
próxima reunião, a Embrapa vai apresentar um conjunto de procedimentos sobre as
características dos alimentos, como cor e sabor, e boas práticas como o nível de
cloro para higienização. Um grupo de trabalho será formado para montar um
projeto piloto, formado pela Sagri, Secretaria de Estado de Saúde Pública
(Sespa), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater),
Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adepará), Embrapa e Vigilância
Sanitária.
Texto:
Leni Sampaio-Sagri
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