A
implantação do Inquérito Nacional de Prevalência da Esquistossomose e
Geohelmintíases no Pará começou a ser discutida por representantes das
Secretarias de Estado de Educação (Seduc) e de Saúde Pública (Sespa), na tarde
desta segunda-feira (14).
O projeto
foi apresentado pelo técnico do Programa de Vigilância e Controle da
Esquistossomose Mansoni, do Ministério da Saúde, Álvaro Luiz Castro. Segundo
ele, o objetivo é conhecer a prevalência, no território nacional, da
esquistossomose e das geohelmintíases, e as formas clínicas destas doenças em
crianças matriculadas em escolas da rede pública, “além das alterações
ultrassonográficas sugestivas da forma hepatoesplênica”, em adultos portadores
nos Estados endêmicos. “Estamos definindo metas importantes para a realização
do inquérito. A ideia é utilizarmos os indicadores que o estudo nos dará, para
avaliar a incidência nas localidades escolhidas no Pará”, explicou.
Os
representantes já definiram como será feito o levantamento nas escolas, a
solicitação dos kits para exames e o número dos técnicos que serão capacitados
em cada município pelo Instituto Evandro Chagas.
No
Brasil, a doença é detectada em todas as regiões. Áreas endêmicas e focais são
encontradas nos Estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Sergipe, Espírito Santo e Minas Gerais. No Pará, a transmissão é
focal, não atingindo grandes áreas.
Prioridade - O Ministério da Saúde contemplou 20 municípios
para o inquérito, dos quais 11 serão priorizados para subsidiar o estudo.
Deverão ser feitas 8.200 coletas de material para exame em crianças do ensino
fundamental, com idade entre 7 e 14 anos. O trabalho será realizado em conjunto
com as secretarias municipais de Educação, incluindo a participação de técnicos
de saúde e profissionais da Atenção Básica.
As
ações visam capacitar técnicos para coleta de material a ser examinado, o
trabalho da vigilância em saúde (a fim de evitar a ocorrência de formas graves
e óbitos) e redução da prevalência das infecções, indicadores e medidas para a
prevenção, tratamento e diagnóstico. Os casos positivos serão encaminhados às
Unidades Básicas de Saúde dos municípios incluídos no estudo.
Para o
secretário de Estado de Saúde Pública, Helio Franco, o inquérito será
importante para a elaboração de um trabalho mais direcionado no Estado. “O resultado deste estudo nos dará subsídios
para saber a situação destas doenças nestes municípios, e assim fortalecermos
as ações”, acrescentou.
Água contaminada - A Esquistossomose Mansoni é uma doença parasitária,
causada pelo Schistosoma mansoni, que tem o homem como principal hospedeiro. A
doença tem veiculação hídrica (transmitida pela água), e como hospedeiro
intermediário o caramujo do gênero Biomphalaria.
As
manifestações clínicas da esquitossomose apresentam diversas formas.
Entretanto, suas características envolvem alterações intestinais, hepáticas e
esplênicas. As manifestações podem evoluir para quadros mais graves,
apresentando altos índices de morbidade e mortalidade, principalmente em indivíduos
em fase produtiva.
Já as
geohelmintíases são parasitemias causadas por nematódeos (vermes), que
desenvolvem parte dos seus ciclos no ambiente e cuja transmissão depende da
contaminação fecal do solo e da água, como o Ascaris lumbricoides (lombriga).
Texto: Edna Sidou-Sespa
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