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segunda-feira, maio 14, 2012

Pará terá estudo sobre esquistossomose em escolas públicas

                A implantação do Inquérito Nacional de Prevalência da Esquistossomose e Geohelmintíases no Pará começou a ser discutida por representantes das Secretarias de Estado de Educação (Seduc) e de Saúde Pública (Sespa), na tarde desta segunda-feira (14).
                O projeto foi apresentado pelo técnico do Programa de Vigilância e Controle da Esquistossomose Mansoni, do Ministério da Saúde, Álvaro Luiz Castro. Segundo ele, o objetivo é conhecer a prevalência, no território nacional, da esquistossomose e das geohelmintíases, e as formas clínicas destas doenças em crianças matriculadas em escolas da rede pública, “além das alterações ultrassonográficas sugestivas da forma hepatoesplênica”, em adultos portadores nos Estados endêmicos. “Estamos definindo metas importantes para a realização do inquérito. A ideia é utilizarmos os indicadores que o estudo nos dará, para avaliar a incidência nas localidades escolhidas no Pará”, explicou.
                Os representantes já definiram como será feito o levantamento nas escolas, a solicitação dos kits para exames e o número dos técnicos que serão capacitados em cada município pelo Instituto Evandro Chagas.
                No Brasil, a doença é detectada em todas as regiões. Áreas endêmicas e focais são encontradas nos Estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba, Sergipe, Espírito Santo e Minas Gerais. No Pará, a transmissão é focal, não atingindo grandes áreas.
Prioridade - O Ministério da Saúde contemplou 20 municípios para o inquérito, dos quais 11 serão priorizados para subsidiar o estudo. Deverão ser feitas 8.200 coletas de material para exame em crianças do ensino fundamental, com idade entre 7 e 14 anos. O trabalho será realizado em conjunto com as secretarias municipais de Educação, incluindo a participação de técnicos de saúde e profissionais da Atenção Básica.
                As ações visam capacitar técnicos para coleta de material a ser examinado, o trabalho da vigilância em saúde (a fim de evitar a ocorrência de formas graves e óbitos) e redução da prevalência das infecções, indicadores e medidas para a prevenção, tratamento e diagnóstico. Os casos positivos serão encaminhados às Unidades Básicas de Saúde dos municípios incluídos no estudo.
                Para o secretário de Estado de Saúde Pública, Helio Franco, o inquérito será importante para a elaboração de um trabalho mais direcionado no Estado.  “O resultado deste estudo nos dará subsídios para saber a situação destas doenças nestes municípios, e assim fortalecermos as ações”, acrescentou.
Água contaminada - A Esquistossomose Mansoni é uma doença parasitária, causada pelo Schistosoma mansoni, que tem o homem como principal hospedeiro. A doença tem veiculação hídrica (transmitida pela água), e como hospedeiro intermediário o caramujo do gênero Biomphalaria.
                As manifestações clínicas da esquitossomose apresentam diversas formas. Entretanto, suas características envolvem alterações intestinais, hepáticas e esplênicas. As manifestações podem evoluir para quadros mais graves, apresentando altos índices de morbidade e mortalidade, principalmente em indivíduos em fase produtiva.
                Já as geohelmintíases são parasitemias causadas por nematódeos (vermes), que desenvolvem parte dos seus ciclos no ambiente e cuja transmissão depende da contaminação fecal do solo e da água, como o Ascaris lumbricoides (lombriga).

Texto: Edna Sidou-Sespa

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