Passar
horas acompanhando o tratamento de um familiar no hospital pode ser
desgastante, mas é a realidade de muitas pessoas no Hospital Ophir Loyola.
Todos os pacientes em sessões de quimioterapia e radioterapia são acompanhados
por pais, tios ou irmãos que permanecem por aproximadamente seis horas nas
salas dos hospitais. Para preencher esse tempo, a Secretaria de Estado de
Trabalho Emprego e Renda (Seter) desenvolveu junto ao Hospital Ophir Loyola
(HOL) e a Sociedade de Meio Ambiente Educação e Cidadania (Somec) o Projeto
"Tear dos Sonhos", com cursos e oficinas de artesanato que vão
atender mais de 1.600 pessoas.
A
maioria dos acompanhantes não possui renda própria porque precisaram largar os
empregos para cuidar dos familiares. Esse é caso de Ana Rosa de Moraes, mãe de
Felipe Leal, criança em tratamento de quimioterapia. “Eu não tenho como
trabalhar com o tratamento que ele faz. Às vezes ele tem que vir todo dia
aqui”, conta. Já Francisca de Paula acompanha a irmã há alguns meses, também em
tratamento de quimioterapia. “Não tenho um emprego fixo, fazendo esses cursos
vai me ajudar bastante a fazer algo, é uma oportunidade”, garante.
As
oficinas começaram nesta semana nos setores de Quimioterapia, Pediatria e no
Núcleo de Acolhimento ao Enfermo Egresso (NAEE) do Hospital Ophir Loyola.
Segundo a Coordenadora da Classe Hospitalar do HOL, Zoe Cotta, as oficinas
foram bem aceitas pelos acompanhantes. “Elas estão aprendendo algo que vai
ajudar a vida delas e gerar renda a partir dessas atividades”, afirma. O espaço
do hospital está sendo adaptado para atender os cursos, que não necessitam de
muito maquinário justamente para se enquadrar ao ambiente. “Quando percebemos a
demanda do hospital fomos atrás do apoio da secretaria e estudamos quais
setores poderiam receber os cursos”, explica a Coordenadora de Humanização do
HOL, Maria Laides.
Para o
presidente da Somec, Joacir Brito, o trabalho é um desafio. “Trabalhar no
hospital não é fácil, apesar da nossa experiência em cursos semelhantes com
índios, quilombolas e outros. Mas aqui tivemos que realizar várias visitas para
entender a dinâmica do hospital e acertar nesse trabalho”, argumenta. Para o
diretor de Projetos Especiais da Seter, Gecivaldo Pinheiro, o "Tear dos
Sonhos" olha por um grupo de pessoas que estão fragilizadas. “O hospital
nos procurou para propor essa parceria porque precisamos amparar essas pessoas
que já estão em uma situação difícil, a ideia é ajudá-los a produzir uma renda
extra e ocupar um tempo que se tornou ocioso”, defende.
Texto:
Gabriela Azevedo-Seter
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